ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, QUINTA  25    CAMPO GRANDE 27º

Cidades

Moradores vivem "ilhados" em rua tomada por matagal

Redação | 15/12/2009 17:48

Moradores da rua Jandi, no bairro Vespasiano Martins, em Campo Grande, estão praticamente ilhados porque após o matagal e a lama tomarem conta da via, veículo nenhum passa pelo local, nem mesmo o da coleta de lixo.

Com trombose na perna esquerda, o aposentado Enio Campaia Escobar, de 73 anos, tem que capinar a frente de casa para que o acesso não desapareça.

Ele conta que até a patrola que esteve na área há cerca de 20 dias ficou atolada. "Depois disso não voltou mais aqui", diz.

Enio lembra que há um ano a mulher quebrou o joelho e teve que ser socorrida, mas o atendimento não conseguiu chegar à casa. "Para nós tirarmos ela daqui tivemos que carregar nas costas até o asfalto", lembra.

A esposa dele, Derci Vargas Campaia, de 64 anos, reclama que nem mesmo o gás de cozinha é entregue na porta da casa e a coleta de lixo também já não passa pelo local, há pelo menos dois anos.

"Ninguém passa, ninguém sai", diz. Há alguns dias Derci tentou sair de casa, quando baixou a água da chuva que havia invadido o quintal, mas não conseguiu andar pela rua e caiu na lama. "Fico presa aqui", completa.

O casal mudou-se para a área há cerca de três anos, vindo de Guarulhos (SP) e pensa até em retornar para lá por conta da falta de infra-estrutura no bairro em que vive.

"Daqui a uns dias vão ter que pegar a gente de avião para nos tirar daqui", desabafa a dona-de-casa Amélia da Silva, de 50 anos, que mora na esquina da rua Jandi com a Flória Benitez de Eugênio.

O marido de Amélia, José Lopes, de 51 anos, revela que não é possível nem transitar pela via tomada pelo matagal. "Aí aparece até lobinho (lobo-guará). Tem um que sempre vem para comer as galinhas", conta.

Risco - A explicação do aposentado Enio para o problema é que a rua onde mora é a última do bairro e por isso recebe toda a água que escoa das demais vias do Vespasiano Martins. Com a enxurrada fica lixo acumulado no mato, o que facilita a presença do mosquito da dengue.

Dois dos cinco filhos da dona-de-casa Luciléia Brites Loureno Lopes, de 32 anos, que também vive na rua Jandi, já pegaram dengue. Um deles tem apenas um ano de idade, e ela tem receio de que os demais também fiquem com a doença, que atribui às condições precárias da rua.

"A água e o matagal podem acumular lixo. Deve estar cheio de larvas aí", afirma.

Derci também já pegou dengue, há um ano, e conta histórias de pelo menos outros três vizinhos na mesma rua que têm o problema.

Segundo a Prefeitura, não há projetos de asfalto previstos para o bairro Vespasiano Martins.

Nos siga no Google Notícias