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Cidades

Morte de 5º policial civil em confronto expõe falta de mais aulas de tiro

Thiago de Souza | 29/06/2015 12:38
Há 9 anos na Polícia, Jose Nivaldo deixa esposa e cinco filhos (Foto: Divulgação)
Há 9 anos na Polícia, Jose Nivaldo deixa esposa e cinco filhos (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil de Mato Grosso do Sul está em luto, pela quinta vez em menos de dois anos, por conta do assassinato do investigador José Nivaldo de Almeida, 51 anos, no final da tarde deste domingo (28), em Tacuru, a 420 quilômetros de Campo Grande. O Sinpol-MS (Sindicato dos Policiais Civis do Estado) pede justiça e cobra do governo capacitação permanente de todos os policiais do Estado.

"O Estado só fornece [aulas de tiro] uma vez por ano, conforme os cursos. Mesmo sabendo que nossa profissão é de alto risco, essa capacitação pode evitar mais mortes", afirma o presidente do Sinpol, Alexandre Barbosa.

O sindicalista ressaltou a necessidade de uma remuneração mais digna para o policial e disse que o investigador assassinado não se omitiu. "Somos policiais 24 horas por dia, não apenas em serviço", afirma.

Ainda segundo Barbosa, novas leis podem acabar com a sensação de impunidade dos criminosos, como o projeto de lei 3131/08 que torna hediondo crimes cometidos contra militares, policiais, agentes carcerários e bombeiros."Em países da Europa, há até pena de morte para quem matar policiais" explicou.

Há nove anos na corporação, José Nivaldo foi morto ao tentar prender José Osmar, conhecido como "Véinho", que minutos antes do crime havia tentado matar uma pessoa em uma briga de bar. Testemunhas contaram à polícia que o investigador ouviu três tiros e saiu de casa para ver o que estava acontecendo, quando encontrou José Osmar caminhando pela rua com um revólver na mão.

Nivaldo se apresentou como policial, deu voz de prisão e tirou a arma que José Osmar estava em mãos. Mas o homem reagiu e conseguiu pegar a pistola do investigador. Ele foi morto com pelo menos quatro tiros, na região da barriga, perna e cabeça. Após o crime, José fugiu a pé em direção a uma região de chácaras. O suspeito tem várias passagens por tráfico, furto e violência doméstica.

Luto - De acordo com o Sinpol, nos últimos dois anos, cinco policiais civis foram assassinados. Em janeiro de 2014, o investigador lotado na Derf (Delegacia Especializada e Roubos e Furtos), Dirceu Rodrigues dos Santos, 38 anos, morreu enquanto investigava um caso de roubo de jóias em Campo Grande. Em fevereiro do mesmo ano, o papiloscopista Marcílio de Souza, 51 anos, foi executado ao informar o furto de um trator em Paranhos.

Em 2015 o investigador Cláudio Roberto Alves Duarte, 39 anos, morreu enquanto intervinha em um assalto em Ponta Porã. O investigador lotado na Coordenadoria Geral de Policiamento Aéreo, Weslen de Souza Martins morreu com três tiros ao impedir o roubo a uma drogaria em Campo Grande. A 5ª vítima é o investigador José Nivaldo, que foi assassinado em Tacuru.

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