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Cidades

Morte de jovem em show expõe falha nas empresas de segurança na Capital

Graziela Rezende | 28/10/2013 09:52
Local onde seguranças são suspeitos de agredir jovem. Foto: Divulgação
Local onde seguranças são suspeitos de agredir jovem. Foto: Divulgação

A morte do soldado do Exército Idenilson da Silva Barros, 20 anos, no dia 19 de maio, em Campo Grande, no qual seguranças são suspeitos de espancá-lo e até mesmo simularem um atropelamento, trouxe à tona a formação dos profissionais. O caso também revolta quem se diz preparado, porém convive com homens que agem de forma truculenta, inclusive em posse de arma de fogo.

“Dos 107 seguranças contratados para trabalhar no show do Munhoz e Mariano, onde ocorreu a morte do Idenilson, mais de 50 não possuíam a formação básica de vigilante. São indicações de amigos e pessoas que trabalham como garçons e motoristas em sua maioria. Eles consideram o serviço um “bico” e não sabem lidar com pessoas embriagadas, partindo também para a briga”, denuncia o vigilante de 30 anos.

Formado há 9 anos como segurança e com a carteira de porte obrigatório emitida pela Polícia Federal, ele lamenta perder vagas para pessoas desqualificadas. “Trabalhava em uma casa noturna, na qual considerava um excelente local. Porém eles contrataram um jovem de 23 anos, principalmente pelo porte físico e por ele andar armado, com spray de pimenta e algemas. Durante uma confusão, ao invés de apartar, ele espancou um rapaz embriagado”, fala, ao Campo Grande News, o vigilante.

Dos profissionais capacitados, o denunciante comenta que poucos aceitam serviços em locais onde brigas são frequentes e este pode ser um dos motivos da "má contratação". “Os bons profissionais não querem ter envolvimento em delegacia, caso seja necessário registrar uma ocorrência, principalmente, porque posteriormente eles serão indagados sobre isso. Então eles chamam homens fortes, que nem querem saber de diálogo”, denuncia o vigilante.

Sem risco – Na empresa Digital Segurança, diferente da maioria, a política é não trabalhar em eventos. “Nestes locais o risco de ocorrer confusão é muito grande, então decidimos trabalhar somente em posto fechado. E exigimos a todo o momento a qualificação, principalmente porque a Polícia Federal faz uma auditoria constante”, diz o gerente Denilson Zubieta.

Há 20 anos no mercado, a empresa KM Segurança, agora denominada WM, ressalta que exige não só a CNV (Carteira Nacional do Vigilante) do profissional, mas também uma cópia do certificado de formação do vigilante. A nova exigência ocorreu após o incidente com o jovem, que serviu de exemplo para as normas das empresas do ramo.

“Seguimos as normas da PF e inclusive vamos pedir novos cursos, como o da brigada de incêndio e outro específico para eventos. As “indicações” acontecem, porém de vigilante para vigilante”, garante o profissional da WM, Edson Godoy.

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