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Cidades

Morte eleva estatísticas da dengue e revolta familiares

Redação | 11/03/2010 18:55

Silvana Cristina da Silva, de 33 anos, mãe de três filhos, morreu nesta quarta-feira (10) no Hospital Universitário sob a suspeita de dengue hemorrágica. Para os registros da secretarias de Saúde, ela se torna um número estatístico. Para a família, motivo de saudade e revolta. O atendimento, segundo eles, demorou a ser realizado. Extra-oficialmente foi a 11ª vítima na Capital.

De acordo com a mãe de Silvana, Alice da Silva, no sábado passado toda a família se reuniu em uma festa. No domingo apareceram os sintomas: febre alta e dores pelo corpo. Na Segunda a primeira visita ao Posto de Saúde da Vila Almeida.

Na terça Silvana piorou, voltou ao posto, mas os médicos recomendaram que retornasse para a casa. Após desmaiar, foi levada novamente à unidade, que a encaminhou ao Hospital Universitário. Assim que deu entrada, Silvana teve parada respiratória. Os médicos informam à família que o fígado não funcionava e a morte era eminente. Após uma noite na CTI, faleceu.

"Minha irmã não é a primeira vítima da doença. Acho que deveriam ter tratado ela de forma mais séria no Posto. Ela estava mal, mas eles davam soro e tchau, mandavam para casa. A própria médica do Hospital Universitário falou que se ela tivesse chegado antes, poderia ter sido salva", relata Elisângela da Silva.

Humilde, mas muito revoltada, a mãe tenta entender a morte da filha, que acabara de ser enterrada. "Foi muito rápido. Ninguém esperava. Não me conformo com isso. Nunca vi uma morte assim, rápida, besta. Acho que deveriam ter visto logo de início que ela estava muito mal", desabafa sobre o atendimento no Posto da Vila Almeida.

Segundo os familiares, os médicos do HU solicitaram um laudo do atendimento prestado no Posto de Saúde da Vila Almeida. Também foram colhidas mostras de tecido dos órgãos, que serão enviadas à biópsia, O resultado, que sai em trinta dias, pode comprovar a morte pela doença. "Depois disso vamos ver que atitude tomar. Isso não pode ficar assim", se revolta a irmã.

Segundo os familiares, Silvana já havia sofrido com a dengue em 2007, mas o caso não foi grave. "Dizem que na segunda vez o risco é maior, mas não imaginamos nada assim", comenta uma tia. Ao lado da casa da mãe, um terreno coberto de vegetação fechada cria suspeita e medo.

Registros - De acordo com a prefeitura, foram registrados até hoje 21.662 casos de dengue. Foram confirmadas cinco mortes pela doença. Outros cinco falecimentos estão sob investigação, entre eles o de Silvana.

Hoje a secretaria de Saúde informou que a dengue não era a causa da morte de três pessoas que estavam com suspeita da doença, revisando a informação repassada ontem, de que quatro casos estavam descartados. Com isso um caso ainda fica em aberto e será novamente analisado.

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