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Cidades

MPE investiga abandono nas obras de três creches em Campo Grande

Ricardo Campos Jr. | 27/07/2015 17:51
Ceinf Tijuca está tomado por mato e causa insegurança para quem mora no entorno (Foto: Vanessa Tamires)
Ceinf Tijuca está tomado por mato e causa insegurança para quem mora no entorno (Foto: Vanessa Tamires)
Chapas metálicas usadas para lacrar obra não impedem entrada de marginais (Foto: Vanessa Tamires)
Chapas metálicas usadas para lacrar obra não impedem entrada de marginais (Foto: Vanessa Tamires)

Abandono na construção dos Ceinfs (Centros de Educação Infantil) Tijuca, Vila Nasser e Jardim Inápolis é alvo de investigação do MPE (Ministério Público Estadual). Esses empreendimentos estão na lista das 26 creches cujas obras estão paralisadas em Campo Grande, segundo relatório da Seinthra (Secretaria Municipal de Infraestrutura, Transporte e Habitação).

Conforme a prefeitura, não há sequer previsão para que esses estabelecimentos de ensino saiam do papel. Eles estão paralisados por falta de dinheiro e só devem ser retomados quando o município conseguir reequilibrar as receitas e despesas, situação que só será possível com o reordenamento e corte de gastos já em andamento.

Dos três centros que motivam o inquérito civil público, o mais avançado é o do bairro Tijuca, na região sul da cidade. O lugar ocupa quase uma quadra. O Campo Grande News esteve no local nesta segunda-feira (27) e não havia sequer vigias zelando pela integridade das salas que já haviam sido erguidas.

O canteiro de obras está tomado por mato. As tapadeiras de metal usadas para lacrar o empreendimento não parecem ser suficientes, já que os moradores no entorno da creche denunciam a presença de usuários de drogas no local.

“Marginais estão entrando direto aí nas obras. Outro dia pularam na casa do meu irmão, que faz fundos com a creche. Tem muitos vizinhos que também estão estressados com essa situação”, reclama a feirante Santa Peralta, 59 anos.

Para a dona de casa Francisca dos Reis, 55 anos, o local “é um desperdício de dinheiro público que poderia ter sido investido em outras coisas, como saúde. Era para ter sido aberto na gestão retrasada e até agora nada. Estamos pagando nossos impostos e o poder público está jogando fora”

No Jardim Inápolis, conforme relatório da Seinthra, 70% do empreendimento já foi erguido, enquanto na Vila Nasser, apenas metade da creche está concluída. Essa última, de acordo com a secretaria, teve o contrato rescindido com a empresa que havia ficado responsável pela edificação.

Prefeitura depende da reorganização financeira para concluir obra (Foto: Vanessa Tamires)
Prefeitura depende da reorganização financeira para concluir obra (Foto: Vanessa Tamires)

Demora e danos – Outra obra que também está na mira do MPE é a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas. Conforme a Seintrha, dos três postos desse tipo em construção na cidade, esse é o mais avançado.

O órgão diz que o prédio está fisicamente pronto e depende de uma licitação de energia e climatização no valor de R$ 400 mil para ser entregue. O problema é que enquanto os trâmites do pregão não terminam, a estrutura sofre com a ação de vândalos.

A expectativa do município é concluir a UPA Moreninhas até a primeira quinzena de setembro. A partir daí ficará a cargo da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) operacionalizar o funcionamento, com a contratação de funcionários e compra de materiais

O relatório da Seinthra aponta que em torno de 57% das obras para construção, melhorias e reformas em postos de saúde de Campo Grande estão paradas.

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