MPF verifica irregularidades em concurso do MPU no MS
A realização do concurso do MPU (Ministério Público da União) no último final de semana em Campo Grande foi marcada por irregularidades da instituição contratada para aplicar as provas, no que diz respeito aos candidatos que necessitaram de atendimento especial.
O MPF (Ministério Público Federal) esteve um dos locais de prova e constatou falhas em softwares de leitura visual, atrasos e falta de acessibilidade. A visita foi feita pelo Procurador Regional dos Direitos do Cidadão, Feliz Fritz Braga.
Responsável pela organização da prova, o Cespe (Centro de Seleção e de Promoção de Eventos) forneceu ledores, computador, transcritores e tempo extra para a realização das provas, além de mobiliário especial para usuários de cadeira de rodas.
Um dos candidatos foi prejudicado com o programa ledor instalado no computador fornecido pela Cespe. A falta de atualização do software, aliada a senhas para desbloquear o pendriver que continha o arquivo das provas obrigou o candidato a esperar por 3h45.
Outra candidata cadeirante reclamou que no banheiro feminino, especificamente na cabine do vaso sanitário "ou entrava ela ou entrava a cadeira". Mais um problema percebido pelo procurador foi a falta de atenção com as candidatas que contaram com atendimento especial para amamentação durante a prova. Elas não dispuseram de tempo extra para a resolução das questões.
O MPF constatou ainda que no domingo (12) nenhuma das lactantes inscritas foi fazer a prova, possivelmente pela dificuldade de ter de amamentar durante a prova e pelo tempo gasto com isso.
Felipe Braga disse que irá fazer as recomendações às instituições envolvidas e poderão ser tomadas medidas necessárias caso os pedidos não sejam acatados. "Os candidatos podem também vir a pleitear indenização por danos morais", complementa o procurador dos Direitos do Cidadão.
