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Cidades

MS lidera casos de trabalho escravo no País, aponta relatório de entidade

Marta Ferreira | 13/12/2011 15:20

Do total de trabalhadores resgatados de condições ruins de janeito a setembro, mais de um terço estava atuando no Estado.

Trabalhadores deixaram usina de Naviraí, após fiscalização que identificou que estavam em condições péssimas. (Foto: Divulgação)
Trabalhadores deixaram usina de Naviraí, após fiscalização que identificou que estavam em condições péssimas. (Foto: Divulgação)

Mato Grosso do Sul liderou, de longe, as ocorrências de trabalho escravo no Brasil, segundo relatório divulgado nesta segunda-feira pela CPT (Comissão Pastoral da Terra). O documento, que traça o quadro geral dos conflitos no campo no País, informa que o Estado foi responsável por 34% dos casos de trabalho escravo localizados pela entidade em todo o País, de janeiro a setembro.

Conforme os dados, em todo o Brasil, neste período, 3.882 brasileiros foram retirados da condição análoga à de escravo e desse total, 1.322 eram de Mato Grosso do Sul.

Esse dado indica um aumento expressivo de trabalhadores sendo submetidos a condições ruins no Estado. No ano passado, haviam sido registrados pela CPT apenas 22 pessoas resgatadas do trabalho escravo.

Comparados os dois dados, o número cresceu 60 vezes.

Essa alta se explica em apenas uma ocorrência, envolvendo funcionários da Usina Naviraí, do grupo Infinity Agrícola, flagrados, em agosto, situação degrante por uma fiscalização do Grupo Móvel de Fiscalização Rural. Foram 827 pessoas, 542 vindas de Minas Gerais e do Nordeste e 287 indígenas sul-mato-grossenses. A maior parte rescindiu o contrato e voltou para suas cidades.

Disputa por terra-A CPT também aponta no relatório o aumento dos conflitos por terra no Estado. Conforme a entidade, são 25 este ano, contra 17 no ano passado. A Comissão Pastoral da Terra afirma que 2 mil pessoas foram vítimas de pistolagem no campo no Estado.

Os dados relacionam um assassinato no Estado envolvendo índios, a morte de Teodoro Ricardi, em um acampamento indígena de Paranhos. O caso ainda está sendo investigado.

Conforme a CPT, há uma pessoa sob ameaça de morte por conflitos no campo no Estado. O relatório cita o problema mais recente, o desaparecimento do guarani-kaiowá Nisio Gomes, após um ataque ao acampamento em uma fazenda de Aral Moreira, reivindicada como terra indígena.

A comunidade afirma que Nisio foi assassinado por pistoleiros e o corpo foi levado por eles. A Polícia Federal apura o atentado e já prendeu três suspeitos, que acabaram sendo liberados.

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