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Cidades

MS tem um dos piores atendimentos a pacientes com câncer no Brasil

Aline dos Santos | 06/12/2011 12:36

A realidade é o oposto das orientações médica, de que quando mais rápido o diagnóstico, maiores as chances de cura

No HU, setor de radioterapia está desativado há anos. (Foto: João Garrigó)
No HU, setor de radioterapia está desativado há anos. (Foto: João Garrigó)

O tratamento do câncer é ainda mais sofrido em Mato Grosso do Sul se comparado aos outros Estados. Conforme auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) sobre a política nacional de atenção oncológica na rede pública de saúde, são atendidas 33,9% da demanda por radioterapia e 34,4% dos que precisam de cirurgias oncológica no Estado.

A realidade expressa pelos números é o oposto das orientações médica, de que quando mais rápido o diagnóstico e combate à doença, maiores as chances de cura.

Dentre os 26 Estados e o Distrito Federal, Mato Grosso do Sul fica à frente do Amapá, DF e Roraima. Conforme a tabela, a demanda estimada por radioterapia em 2010 foi de 2.496 pacientes, sendo 845 atendidos no Estado.

Para cirurgia oncológica, a demanda dirigida ao SUS (Sistema Único de Saúde) foi de 2.288 pessoas, mas somente 788 pacientes foram atendidos. O Estado teve bom resultado no tratamento de quimioterapia.

Portas fechadas - Em Campo Grande, a radioterapia no HU (Hospital Universitário) está desativada há três anos. Em dezembro de 2010, o Estado e a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) firmaram contrato de R$ 217 mil para “imediato funcionamento” do setor.

Contudo, um ano depois, a radioterapia continua fechada. De acordo com a assessoria de imprensa do HU, um último equipamento está sendo licitado para que o serviço seja reativado. A Vigilância Sanitária Estadual exigiu a compra de um carrinho com desfibrilador, utilizado em manobras de ressuscitação.

Na Capital, o tratamento de radioterapia é oferecido no Hospital do Câncer e na clínica Neorad, por meio de contrato com o poder público.

O que fazer - Especialista em oncologia e hematologia há 16 anos, o médico Marcelo Santos Souza já viu pacientes morrer por falta da estrutura adequada.

“Quando chega um paciente com diagnóstico tardio, as chances de cura são bem menores. Um paciente com um tumor no sistema nervoso central espera 2,3 meses por cirurgia. Aí já não tem mais o que fazer”, salienta o médico, que trabalha no HR (Hospital Regional) e HU.

O especialista enfatiza que muitos pacientes precisam sair do Estado para buscar tratamento mais moderno. “É fundamental avançar em tecnologia para um melhor diagnóstico”, afirma.

Estudo - A auditoria foi realizada no Ministério da Saúde, na SAS

(Secretaria de Atenção à Saúde) e no Inca (Instituto Nacional de Câncer).

O levantamento ainda consistiu em exame documental, consulta a banco de dados oficiais e estudos de caso em seis capitais: Belém (PA), Campo Grande (MS), Florianópolis (SC), Salvador (B)A, São Luís (MA) e São Paulo (SP), além do Distrito Federal.

Levantamento brasileiro realizado pelo Inca estimou para o ano de 2010 a ocorrência de 489.270 casos novos de câncer. Os tipos de maior incidência, com exceção do câncer de pele do tipo não melanoma, são os cânceres de próstata e de pulmão, no sexo masculino, e os cânceres de mama e do colo do útero, no sexo feminino.

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