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Cidades

MST ocupa 7 unidades do Incra e ao menos 68 fazendas

Redação | 19/04/2010 15:44

Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) já ocupam sete unidades do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e ao menos 68 fazendas de 11 estados.

Hoje (19), foram ocupadas a sede nacional do instituto, em Brasília, além das superintendências do órgão em São Paulo, Rio de Janeiro, Pará, Piauí e Paraíba. Em Pernambuco, o prédio do Incra foi ocupado no último sábado (17).

O MST ainda contabiliza a invasão de 68 "latifúndios" localizados nos estados de Pernambuco (25), da Bahia (15), de São Paulo (11), da Paraíba (5), de Sergipe (4), de Alagoas (2), do Ceará (2), do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, de Minas Gerais e de Mato Grosso do Sul (uma em cada estado).

Segundo o movimento, a maioria das áreas ocupadas já foi classificada como improdutiva pelo Incra, mas ainda não foi desapropriada e destinada à reforma agrária.

Os protestos devem continuar pelos próximos dias já que manifestantes marcham por quase todo o país. Esta manhã, em Fortaleza (CE), mais de 1,4 mil manifestantes ocuparam a sede do palácio do governo do estado para cobrar um projeto de geração de trabalho e renda aos atingidos pelas secas e assistência técnica para os já assentados.

Na Bahia, o MST diz que mais de 5 mil trabalhadores rurais sem terra iniciaram uma marcha até Salvador para chamar a atenção da sociedade para a urgência da reforma agrária. Já em Alagoas, cerca de 1 mil camponeses realizaram um ato na Praça Dom Pedro II, no centro de Maceió.

As invasões fazem parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que cobra do governo federal o assentamento de mais de 90 mil famílias acampadas ligadas ao MST.

Segundo o movimento, o governo não vem cumprindo compromissos assumidos em agosto de 2009, como a atualização dos índices de produtividade e a garantia de recursos para a desapropriação de áreas.

"O governo assumiu em 2003 o compromisso de assentar todas as famílias acampadas. Isso é prioritário. Aí está a essência do enfrentamento ao latifúndio", alega o MST em nota.

O movimento quer que o governo federal priorize a desapropriação de terras para assentar estas famílias, principalmente nas regiões mais conflituosas, além de garantir recursos para que as superintendências estaduais possam planejar suas próprias metas de vistoria e avaliação de imóveis e manter equipes técnicas em campo.

A jornada reivindica também a renegociação das dívidas das famílias assentadas e uma linha de crédito que atenda as especificidades das áreas de reforma agrária. O Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), segundo o MST, não atende às necessidades dos assentados e criou uma geração de inadimplentes.

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