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Cidades

Mulheres plantam mudas em manifestação contra violência

Redação | 05/04/2009 10:47

Na manhã deste domingo, várias mulheres estiveram no Parque Ayrton Senna, em Campo Grande, em um ato de mobilização para lembrar as vítimas de violência. Em homenagem a cada uma delas, plantaram 39 árvores no local, no bairro Aero Rancho.

A aposentada Elza Neres Nunes, 68 anos, mãe da jovem Helen Neres, estuprada e assassinada a pedradas no dia 15 de março deste ano, foi uma das mulheres a apoiar a manifestação.

"Uma ação como essa é importante para conscientizar a população, principalmente as mulheres. A mulher está muito desvalorizada nos dias de hoje e precisa denunciar, caso seja vítima de agressão".

Dona Elza conta que após a morte da filha, muita coisa mudou em sua casa. "Muitas coisas da Helen eu tive que dar, modifiquei toda a minha casa. Quero me apegar a boas lembranças da minha filha, até porque ela me deixou uma neta de 4 anos e eu preciso cuidar dela. Para mim é como se ela fosse aparecer a qualquer momento lá em casa", diz Elza.

A filha foi encontrada em um matagal, na mesma região onde o ato pela paz ocorreu hoje.

A secretária Marta Ledesma, 34 anos, tem uma amiga que, durante muito tempo foi vítima de agressão. Ela avalia que a dependência financeira ainda é um grande contraponto que restringe as denúncias, mas que as mulheres precisam vencer esse medo e denunciar.

Aliada a causa, a adolescente Ivana Rodrigues Queiroz, 12 anos, também plantou uma muda e disse que "os homens são mais fortes que as mulheres e por isso algumas acabam não denunciando, mas isso precisa mudar. As mulheres é que na verdade sustentam seus filhos, elas são fortes", resume a menina apesar da pouca idade.

Dados da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) mostram que no ano de 2007 foram registrados, em Mato Grosso do Sul, 7.365 casos de violência contra a mulher, já em 2008 este número cresceu para 23.745.

A delegada titular da Deam, Lúcia Ferreira Falcão, recentemente disse que "se cortarmos a própria carne, não nos furtaríamos em prender qualquer pessoa". A afirmação, segundo a delegada, reforça a importância de vítimas denunciarem casos de violência à Polícia.

Lúcia manifestou sua opinião pública após o crime que tirou a vida de uma policial que trabalhava com ela na Deam: Elaine Orlando Viana Yamazaki, 35 anos. A policial foi encontrada morta no dia 13 de março na Rua 1º de Julho, Vila Carvalho. Quem a matou foi o colega de trabalho Cleidival Vasquez, que afirmou ter mantido desde o fim de 2007 um relacionamento amoroso extra-conjugal a colega.

Ação

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