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Cidades

Na condicional por tráfico, major Carvalho chefiava jogo

Redação | 20/05/2009 08:32

O ex-major da reserva da Polícia Militar, Sérgio Roberto de Carvalho, ficou conhecido como um dos chefes do tráfico internacional de drogas em Mato Grosso do Sul em 1996, quando operação da Polícia Federal descobriu cocaína pura escondida em uma das fazendas do militar, em Rio Verde.

No local, foram apreendidos 237,3 quilos de cocaína em um avião, dentro da Fazenda Nova Cordilheira. Durante as investigações, foi apontada ligação, inclusive com o Cartel de Cali, na Colômbia.

Hoje, após investigação do setor de Inteligência da Polícia Militar, o ex-oficial foi novamente preso em Corumbá, por ligação com o tráfico e por envolvimento com a exploração de jogos de azar, que envolve locação de caça-níqueis e funcionamento de cassinos.

Ele estava em Campo Grande, onte tem casa, mas fretou uma aeronave e desembarcou ontem em Corumbá. Existe a suspeita que ele é dono de cassino recentemente inaugurado em Puerto Quijarro, na Bolívia

Interceptações telefônicas, feitas com autorização judicial, revelaram que Carvalho continuava na ativa dentro do crime organizado.

Há mais de dez anos, quando foi pela primeira vez denunciado por participação em esquema criminoso, o major tinha espaço de destaque na Polícia Militar, foi ex-comandante da PM em Amambai

Outros réus tentaram favorecer o PM em suas versões apresentadas à Justiça, para inocentar o oficial, mas Carvalho acabou condenado a 15 anos de prisão, além de multa de cerca de dez mil reais e perda de bens móveis e imóveis.

Em novembro de 1997, ele conseguiu habeas-corpus, por decisão do desembargador Federal Paulo Theotônio Costa, que foi afastado em 2003 eem 2008, foi julgado e condenado por corrupção passiva em outro caso sobre favorecimento a banco privado.

Mas em 98 o TRF (Tribunal Regional Federal) devolveu o major à prisão. Naquela ocasião, uma fita K-7 mostrou articulações para "comprar" decisões do Judiciário e do Ministério Público Federal, responsáveis pelo processo de tráfico.

O tempo que ficou na prisão também foi marcado por escândalos, como saídas "especiais" para atividades fora do Presídio Militar e a apreensão na cela dele de celulares, aparelho de fax, além de 180 mil dólares e R$ 27 mil, tudo em espécie.

Foram instaurados cerca de 30 (trinta) inquéritos que apuraram crimes de falso testemunho e de falsidade ideológica, todos praticados na execução de esquema que visava inocentar o major. (Informações do Ministério Público Federal)

Em 2005 ele conseguiu liberdade condicional, mas em 2007, outra vez Carvalho teve prisão preventiva decretada, já por envolvimento com a jogatina. Ele foi um dos investigados pela Operação Xeque-Mate.

Um mês depois ele foi liberado e até hoje não foi julgado nesse processo. Mesmo em condicional, ele não voltou à prisão por se tratar de crime diferente do que o levou a cumprir pena.

No mesmo esquema, foi preso o ex-deputado estadual do Paraná, Nilton César Servo, apontado pela PF como chefe da quadrilha, além de Andrey Galileu Cunha, também preso hoje.

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