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Cidades

Na escola, cursinho ou em casa, Enem transforma rotina de estudantes

Amanda Bogo e Christiane Reis | 18/10/2016 17:38
Aluna participa de aula em cursinho preparatório para o Enem (Foto: Fernando Antunes)
Aluna participa de aula em cursinho preparatório para o Enem (Foto: Fernando Antunes)

A 18 dias das provas, o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2016 transforma a rotina e estudantes em Mato Grosso do Sul. Em Campo Grande, além daqueles que optam por enfiar a cara nos livros e estudar por conta própria, tem escola particular com calendário totalmente voltado ao exame, que será aplicado em 5 e 6 de novembro, enquanto na rede pública há cursinho específico sobre ele.

Quem dedica mais de seis horas por dia na preparação acredita que é pouco e que seja possível turbinar as horas de estudo. Mas, especialistas orientam que o ideal agora é relaxar e confiar no que foi feito até agora.

Em Campo Grande, o Colégio Mace foi o 2º melhor colocado em 2015 entre as escolas com mais de noventa alunos inscritos. A coordenadora pedagógica Rosângela Madruga dos Santos Colaço explicou que nas duas próximas semanas os alunos trabalharão com material voltado para o Exame, além de assistirem uma palestra que irá trabalhar a questão da ansiedade durante a prova.

“São duas semanas que vão trabalhar com material específico, resolvendo provas antigas, administrando o tempo, revendo o conteúdo que ele tem que fortalecer, que tem mais dificuldade. Nesse tempo, o aluno tem que se organizar, montar um plano de estudo porque a tempo de estudar, sim, não tem como relaxar”.

A coordenadora pedagógica ressaltou que esse trabalho é importante para que os jovens possam treinar o Enem. “É duro dizer, mas o Enem é treinamento, e o aluno tem que treinar. Tem que ter descanso, mas para uma leitura, uma caminhada. Esse é o diferencial de um bom candidato e um candidato excelente”.

Questionada se a escola conseguirá manter o alto índice novamente, a diretora disse ser difícil precisar o resultado. “Cada turma tem um perfil de estudo, e vejo que o Enem é o momento de dedicação e conquista pessoal dos alunos, então é difícil dizer se vai ter ou não, porque são turmas com perfis diferentes. Mas acredito que a escola tenha um bom resultado”.

Na reta final, alunos frequentam aulas de cursinho preparatório para tirar dúvidas e revisar conteúdo (Foto: Fernando Antunes)
Na reta final, alunos frequentam aulas de cursinho preparatório para tirar dúvidas e revisar conteúdo (Foto: Fernando Antunes)

Na Escola Estadual Dom Aquino Corrêa, localizada no município de Amambai, distante 360 km de Campo Grande, que teve o melhor desempenho entre as escolas estaduais de Mato Grosso do Sul no Enem 2015, obtendo média de 571,68 pontos, não há programação específica, mas, de certa forma, o ensino acaba sendo direcionado com base no exame.

De acordo com a diretora, Cristiane de Souza Ferreira, a instituição não tem voltado conteúdo exclusivo para os alunos que irão fazer o Enem e tem seguido o cronograma de estudos normalmente. “Os professores trabalham conteúdos, avaliações e procuram trabalhar questões parecidas com as do Enem quando possível. O que tem sido feito de modo direcionado é incentivar que os alunos usem o programa Hora do Enem”, explicou.

Laís, que estuda os três períodos para a prova, acredita que o esforço ainda não é o suficiente (Foto: Fernando Antunes)
Laís, que estuda os três períodos para a prova, acredita que o esforço ainda não é o suficiente (Foto: Fernando Antunes)
A coordenadora Ana Maria Pessoa Ortiz vê que o curso é uma oportunidade para o aluno tirar dúvidas (Foto: Fernando Antunes)
A coordenadora Ana Maria Pessoa Ortiz vê que o curso é uma oportunidade para o aluno tirar dúvidas (Foto: Fernando Antunes)

Cursinho para a rede pública de ensino - A SED (Secretaria de Estado de Educação) oferece para os estudantes da rede pública de ensino o CIES (Curso Estadual Preparatório para o Ingresso na Educação Superior), do qual 2.559 alunos de todo o Estado participam. Em Campo Grande, 980 alunos frequentam as aulas. Destes, 320 estão nas aulas ministradas na Escola Estadual Joaquim Murtinho, onde existem quatro turmas no perído da tarde e quatro a noite, totalizando 320 estudantes.

Laís Benitez, 16 anos, está no terceiro ano do ensino médio na Escola Joaquim Murtinho. Ela frequenta as aulas regulares no período da manhã e faz o cursinho preparativo a tarde, e sonha em cursar enfermagem. Para ela, que continua estudando em casa após as aulas, o esforço ainda não é o bastante.

“Acho que não é o suficiente, que deveria estudar mais. A rotina do estudo está sendo muito puxada, é difícil e isso acaba sobrecarregando o aulo, mas entendo que preciso estudar e tem que ter muita força de vontade. Não vou desistir”.

Para a coordenadora do curso do período da tarde, Ana Maria Pessoa Ortiz, os alunos estão levando a sério o estudo, e as aulas serão realizadas até o dia 11 de novembro. “Quem vai fazer vestibular ou tirar dúvidas do Enem tem essa oportunidade”.

Estudando por conta própria - Determinação e responsabilidade são alguns fatores importantes para quem, seja por escolha ou por questões financeiras, decide fazer a preparação para o Enem por conta própria. Para Matheus Dimitry, 19 anos, que estudou sozinho e com a ajuda de amigos, a principal dificuldade em realizar o estudo sozinho foi organizar a rotina.

"Tive alguns problemas de organizar uma rotina, por conta de vários fatores como a faculdade, problemas de incentivo e não ter à disposição alguém tirasse dúvidas, isso vai desanimando quem está nessa de estudar sozinho. Mas sempre procuro revisar os assuntos que tinha mais dificuldades assistindo uma ou outro video aula por dia", contou.

O jovem, que está em dúvida se tentará uma vaga nos cursos de psicologia ou direito da UFC (Universidade Federal do Ceará) ou da UFBA (Universidade Federal da Bahia), sente não estar totalmente preparado para a prova, mas sabe que terá mais facilidade em algumas áreas. "Talvez porque eu tenha demorado para começar meu cronograma de revisão, e sei que não vou conseguir revisar todos os assuntos que eu queria e devia a tempo, o que gera uma insegurança. Todos os anos minhas maiores dificuldades são em matemática, química e física, e vou tentar mudar isso esse ano. Sempre me dou bem na redação, história e linguagem".

Momento para relaxar – Para o doutor em educação, Antônio Osório, nessa altura do campeonato não adianta virar noites em claro revisando conteúdo. “Em termos de aquisição de conhecimentos, não adianta mais. Eu sou contra esses aulões, porque conhecimento não é adquirido de uma hora para a outra, e o aluno pode ver um conteúdo que não sabe e vai ficar nervoso. Todo procedimento didático acaba se tornando prejudicial”.

O ideal para o especialista, agora, é descansar e manter a calma. “Tem que relaxar, não há nada mais a ser feito no finalzinho. Tem que ter muita tranquilidade e na medida do possível controlar o sistema emocional. O mais importante é dormir bem na noite anterior, chegar horas antes dos portões fecharem e ter confiança em si”, finalizou.

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