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Cidades

Na periferia, colorido dos Ipês ameniza dias de estiagem

Redação | 27/08/2010 10:14

Em tempo de "poeirão" e paisagem digna de deserto, os ipês florescem e "salvam" o olhar de quem vive em Campo Grande.

A beleza em tons de roxo, amarelo, branco e rosa, ameniza a rotina seca nos bairros. Com umidade relativa em 14%, só o ipê colorido para "salvar o dia", diz o comerciante Wilson Godoi, 45 anos.

Há 4 anos ele tem um restaurante no bairro Coophasul, na saída para Rochedo. Apesar do grande porte das árvores na avenida Euler de Azevedo, ele garante que só percebeu os ipês neste ano.

"Deve ser porque este ano o tempo está tão feio que uma beleza desta se destaca. Juro que nunca tinha percebido", comenta o comerciante.

Coordenador da Brigada Verde, projeto da prefeitura voltado para revitalização das áreas verdes, Hilarion Chaparro, explica que a mesmas estiagem e a baixa umidade relativa do ar que penalizam a população, são as responsáveis por deflagrar a florada dos ipês. A árvore tem um recurso de proteção para germinar na etapa mais propícia ao seu desenvolvimento. "As condições do clima quebram a 'dormência' e a acontece a floração, que é clímax da planta".

Os grandes e coloridos ipês que enfeitam a Capital têm mais de 20 anos. "O plantio na área urbana começou na época em que o Juvêncio era prefeito", recorda. A prefeitura também já realizou o projeto Capital dos Ipês. De acordo com Chaparro, o plantio da espécie continua a ser realizado pelo município, principalmente nas saídas da cidade. "O ipê é o nosso símbolo e quem chega à cidade já vê a beleza da árvore".

Anderson Nunes, de 25 anos, tem uma fábrica de vasos na Coopahsul e há 9 anos mora no bairro. Ele conta que quando chegou os ipês ainda eram "baixinhos". "Agora estão altos e florescendo, vale a pena esperar, né", avalia o jovem.

A vantagem de morar em um região repleta de ipês "dura bastante", afirma Anderson. "Há semanas eles estão floridos e quando em um caem as flores, em outro florescem", conta.

A vizinha, Marli Gaúna, de 49 anos, diz que tem tido dias "maravilhosos". Feirante, ela diz agradecer todos os dias a Deus, pela beleza que surge em um clima tão desgastante.

"Como é lindo ver esse colorido. Agente até esquece o tempo seco, se anima. Até quando as flores vão caindo, fica aquele tapete florido. Uma maravilha", comemora.

Na rua Jaime Ferreira Vasconcelos, no Bairro Nossa Senhora das Graças, a moradora Ingrid Morales Cabral, de 25 anos sofre diante do risco que a baixa umidade representa para as três filhas pequenas, de 5 e 3 anos, e a menor, de apenas 5 meses.

O alento vem da casa ao lado, um ipê rosa, "enorme". "Floresceu há uma semana e ainda tem um roxo e dois amarelos logo ali na frente", detalha.

O privilégio no caso de Ingrid é ainda maior, porque um Ipê de flores rosas demora mais para florir, cerca de 15 anos, enquanto que o amarelo pode ter as primeiras flores em 5 anos.

Nas últimas 3 semanas, Campo Grande tem registrado os menores índices de umidade relativa do ar dentre as capitais do País.

Os ipês são donos de uma beleza fugaz. A floração, que deslumbra e encanta os campo-grandenses, dura, no máximo, 30 dias e ocorre somente uma vez por ano.

O ipê ainda de destaca pela capacidade de sequestro de carbono, filtrando e purificando o ar.

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