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Cidades

No dia que lei entra em vigor, caminhoneiros prometem paralisação em todo país

Luciana Brazil e Paula Vitorino | 10/09/2012 13:01
Caminhoneiros protestam contra aplicação da medida. (Foto:Minamar Júnior)
Caminhoneiros protestam contra aplicação da medida. (Foto:Minamar Júnior)

Amanhã, quando entra em vigor a lei que regulamenta a profissão dos caminhoneiros, a categoria fará um protesto nacional contra a legislação que, segundo os próprios motoristas, não oferece condições de ser aplicada de forma satisfatória.

A expectativa é que grande parte dos caminhoneiros participe da paralisação em todo país, de acordo com o relações públicas do Sindicargas MS (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte de Cargas do Estado de Mato Grosso do Sul), Roberto Sinai.

A lei 12.619 determina o tempo limite de horas trabalhadas e promete multar o motorista que descumprir a legislação.

Pela nova lei, a carga máxima de trabalho passa a ser 8 horas, sendo permitido até 2 horas extras, o que somaria 10 horas de serviço no máximo. Além da carga horária de trabalho, a legislação obriga que a cada 4 horas na estrada, o motorista descanse 30 minutos.

“Nós somos a favor da lei, mas contra a aplicação da medida, já que na prática ela não prevê formas satisfatórias de resolver o problema”, explica Sinai.

Segundo Sinai, a lei valoriza o motorista, mas não possibilita aos caminhoneiros cumpri-lá. “Onde o caminhoneiro vai parar? Nos postos de gasolina, que são propriedades particulares, os motoristas que consomem no posto, que são clientes do local, acabam tendo prioridade para estacionar no pátio. Além disso, esses lugares não têm estrutura”, destacou Roberto.

Muitos motoristas, segundo Sinai, começam a se arriscar nas estradas, estacionando nas rodovias e se expondo a situações de perigo por falta de local apropriado. “O Estado não pensou que para cumprir a lei temos que ter condições para isso”.

O chefe do núcleo de acidentes da PRF (Polícia Rodoviária Federal), Antônio Santana, diz que Governo e a categoria estão em negociação.

Ele explica que até definição federal a fiscalização será realizada normalmente nos postos da PRF, mas que deve ser intensificada em operações, que ainda não tem data.

“O efetivo é um problema nosso e de outras categorias, mas existindo a lei vamos cumprir da melhor forma e fazer as fiscalizações”.

Ele ainda destaca que a lei deve provocar a queda no número de acidentes, já que muitos são causados por causa do cansaço dos motoristas.

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