Ong é a favor da máquina de camisinha nas escolas
Sem saber da discussão polêmica que está em pauta hoje (23) na Câmara Municipal, Cristiane Duarte, presidente da Ong (Organização Não Governamental) Bem Mulher, passou pelo local e percebeu que o assunto era de seu interesse. Ela é uma das integrantes do grupo gestor dos estudos que desenvolveu o projeto da máquina das camisinhas, e defende a instalação das máquinas nas escolas.
"O adolescente tem que ter acesso aos meios de prevenção. Hoje, há camisinha de graça nos centros básicos de saúde, e não é fácil o acesso porque eles têm que preencher cadastro e se expor", afirmou Cristiane. Ela reclamou ainda de não ter sido avisada sobre a discussão de hoje e a votação do projeto de Siufi, que proíbe a instalação das máquinas de distribuição de camisinha. "Se eu soubesse disso, teria trazido documentos de defesa e ocuparia a tribuna", disse ela.
Cristiane explica que a máquina não é uma forma de distribuir camisinha, mas que deixa os preservativos disponíveis para os adolescentes que quiserem pegar. "A máquina fica dentro de escolas, porque é ambiente educativo. O aluno vai ser orientado por professores e educadores. O estatuto da criança e adolescente, prevê a autonomia sobre a sexualidade", destaca.
Sobre a presença e opiniões dos padres, para Cristiane, "o assunto é de saúde pública e não de religião".
Recentemente, uma carta do Papa Bento XVI continha texto que foi interpretado como se ele aceitasse o uso da camisinha, no entanto, o padre Paulo Roberto de Oliveira, que representa o bispo Dom Vitório hoje na Câmara, afirmou que foi um equívoco. Ele explica que o Papa disse que em casos como o de um casal em que um dos dois é soro positivo, o uso da camisinha é permitido por se tratar da proteção da saúde do outro que não possui HIV. Portanto, o membro da igreja católica permanece defendendo a abstinência e o casamento em virgindade.