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Cidades

Pacientes comemoram decisão para acabar com as receitas ilegíveis

Filipe Prado | 13/04/2014 10:15
Os pacientes ficam confusos e podem errar na medicação (Foto: Pedro Peralta)
Os pacientes ficam confusos e podem errar na medicação (Foto: Pedro Peralta)

Para alívio dos pacientes da rede pública de saúde de Campo Grande, a Justiça determinou ao município e à Santa Casa, que as receitas médicas sejam entregues aos pacientes impressas ou escritas com letra de forma.

Em um prazo de 60 dias, ambos deverão impor aos médicos que lhes prestam serviços a obrigação de fornecer a receita digitada, de acordo com a Lei Estadual 3.629, de 29 de dezembro de 2008.

“Muitas vezes eu tenho que pedir ajuda para um farmacêutico”, conta a auxiliar de cozinha Lucilene Souza Diniz, 38.

Para pacientes, a medida é fundamental na hora da medicação. “Eu tenho um curso de atendimento em farmácia, mas mesmo assim não consigo entender todas as receitas. Isso vai nos ajudar muito”, comenta a professora Zelia Bezerra, 32 anos.

Mas ela ainda duvida que a determinação será cumprida pelo município. “É difícil a prática no posto de saúde. Nos particulares, tudo bem, mas aqui não sei se conseguirão fiscalizar”.

Até os farmacêuticos e balconistas de drogarias, muitas vezes, não entendem a letra dos médicos. “Alguns colegas chegam a tirar foto e mandar por whatsapp, para que nós tentemos ajudá-los”, informa o balconista Danilo Silva Moreira, 30.

O balconista disse que já trocou imagens de receitas, para que outros farmacêuticos pudessem ajuda-lo (Foto: Pedro Peralta)
O balconista disse que já trocou imagens de receitas, para que outros farmacêuticos pudessem ajuda-lo (Foto: Pedro Peralta)
Lucilene contou que a receita impressa facilitará a leitura (Foto: Pedro Peralta)
Lucilene contou que a receita impressa facilitará a leitura (Foto: Pedro Peralta)

Ele brinca que precisa refazer um “exame” no cliente para identificar qual é o remédio descrito na receita. “Eu começo a perguntar o que a pessoa está sentindo, a partir disso eu consigo identificar qual o remédio que o médico pediu na receita”, explica o balconista, que tem 17 anos de experiência.

Conforme o CRM (Conselho Regional de Medicina), a entidade ainda não foi notificada oficialmente sobre a decisão. Mas, “continuarão seu trabalho de fiscalização onde houver atuação médica, fazendo cumprir todas as determinações aplicadas pelas normativas do Conselho Federal de Medicina, zelando assim pelo bom desempenho da medicina e os interesses da sociedade”, informa a entidade via assessoria de imprensa.

A prefeitura afirma que o levantamento da atual situação dos equipamentos das Unidades de Saúde e também o estudo para as adequações necessárias para que as unidades atendam a exigência de fornecimento dos receituários eletrônicos já estão sendo realizados.

O sistema irá passar por uma reestruturação, de acordo com assessoria, porque a impressão das receitas não faz parte da realidade da saúde pública da Capital. Todos os procedimentos necessários para essa adequação já estão sendo encaminhados, garante o município.

Zelia mostra a receita que recebeu com a letra inelegível (Foto: Pedro Peralta)
Zelia mostra a receita que recebeu com a letra inelegível (Foto: Pedro Peralta)
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