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Cidades

Pais decidem manter livro polêmico em projeto de escola

Redação | 24/02/2010 08:07

Apesar da polêmica sobre livro adotado para crianças da sexta série, pais dos alunos, reunidos na noite de ontem, resolveram manter a obra no projeto criado pela escola Cnec.

A tia de um dos estudantes procurou a imprensa para denunciar a escolha, citando trechos da obra do aluno Vithor Torres, que trazem palavrões e conceitos preconceituosos, na avaliação dela.

A reclamação fez a escola convocar uma conversa com os responsáveis que, depois de ouvir o projeto e debater a questão com 12 presentes, resolveram que o livro é adequado.

De acordo com a tia, cujo nome é preservado para não expor a criança, o livro "Dia 4 de Vithor Torres" é "um livro que a meu ver demonstra caráter racista, preconceituoso, com palavras de baixo calão e de pouco (pra não dizer nenhum) teor educativo/cultural".

Após entrar em contato com a escola e não obter o resultado esperado, ela diz que irá notificar o caso ao MEC (Ministério da Educação). Ela reclama que a linguagem do livro, que em inúmeros trechos utiliza termos como "puta" e "caralho", não é condizente com um material educativo.

A obra é de um aluno da escola, do segundo ano do Ensino Médio, que escreveu o livro durante uma viagem a São Paulo. Ele pegou um ônibus vindo já de Rondônia, "sujo e cheio", detalha a coordenadora Célia Regina Tavares.

Segundo ela, as palavras de baixo calão, citadas no livro, foram ouvidas pelo garoto durante a viagem.

"Procuramos fundamentação teórica para elaborar o projeto, não somos irresponsáveis. O livro será lido sob supervisão do professor. Os alunos vão ter como questionar até as palavras usadas, diretamente com o autor", argumenta.

A coordenadora diz que o objetivo do projeto é desmistificar o ato de escrever, mostrar que todos podem ser autores.

"Frases soltas foram retiradas do livro para criar confusão. Eu só queria ter o direito de mostrar a fundamentação. Se os pais achassem ruim, a escola mudaria, sem o menor constrangimento".

A Escola garante que nunca se pensou em fazer "apologias ou educar através do palavrão. Houve distorção".

Os alunos, em média de 11 anos, ainda estão no prefácio do livro e também terão contato com o autor, que ainda estuda na escola.

Hoje a escola reúne mais uma turma de pais, desta vez da sexta série matutina, também para avaliar o livro.

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