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Cidades

Pelo menos 50 casas foram invadidas em residencial

Redação | 21/09/2010 09:41

O tumulto iniciado na noite de segunda no Residencial Iguatemi, na região do Nova Lima, continua na manhã de hoje em Campo Grande.

Segundo a Agehab (Agência Estadual de Habitação) entre 50 e 60 casas foram invadidas desde ontem por famílias que dizem ser sem-teto.

No local, o clima é tenso, com muitas crianças pelas ruas do Residencial. A Polícia Militar foi acionada por servidores da Agehab por causa da hostilidade de alguns invasores, informa o órgão. De casa em casa invadida, os servidores notificam as famílias para a desocupação das casas em 24 horas.

Caso não saiam, o próximo passo será buscar a reintegração na Justiça;

Os ânimos exaltados ficam evidentes com muitos gritos e gestos de protesto de famílias que entraram a força nos imóveis e outras que foram beneficiadas com as chaves das casas.

Moises Alves da Silva, de 28 anos, conta que chegou na manhã de hoje para continuar obra no imóvel que foi entregue no dia 4 de setembro. "Recebemos sem reboco, estou arrumando", explica.

Mas a surpresa foi desagradável. "Arrombaram a porta, levaram torneira, sujaram tudo. Só não se instalaram porque tinha um monte de coisa da reforma aqui", reclama Moises que diz ter esperado 8 anos na fila por um imóvel popular. "Todo mundo tem de saber esperar a sua hora".

Para os invasores, a hora chegou 16 dias depois da inauguração do residencial. "Entregaram as chaves no dia 4 e até agora ninguém ocupou, então é porque não precisa", diz aos gritos a diarista Marluce de Souza, de 43 anos.

Ela, a filha, a neta e a mãe entraram na noite de ontem em uma das casas ainda desocupadas. "Não tenho o que fazer, minha mãe tem 80 anos e minha neta 15 dias, vou morar aonde?", questiona.

Organizados - Wilder de Assis, de 19 anos, justifica que os reais proprietários "tiveram o tempo deles". O jovem trouxe a esposa e o filho de 9 meses para o residencial e avisa: "não vou sair de jeito nenhum".

Ele conta que as duas semanas que passaram depois da entrega das chaves foram "acompanhadas" de perto pelo grupo que invadiu as casas ontem. Segundo Wilder, "a turma só invadiu depois que passou todo esse tempo e entrou em casas de gente que não precisa. Investigamos para saber quem realmente é pobre e merece", detalha.

O jovem garante que é a primeira invasão que participa, porque morava "de favor" na casa de parentes no Tarsila do Amaral.

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