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Cidades

Pesquisa aponta que 24% dos alunos do 9º ano já se envolveram em brigas

Christiane Reis | 29/08/2016 17:25
A pesquisa ouviu jovens entre 13 e 15 anos. (Foto: Marcos Ermínio)
A pesquisa ouviu jovens entre 13 e 15 anos. (Foto: Marcos Ermínio)

Em Campo Grande 24,4% dos estudantes do 9º ano ouvidos na Pense (Pesquisa Nacional de Saúde Escolar) 2015 declararam já ter se envolvido em brigas ou lutas físicas. Em Mato Grosso do Sul, 23% dos entrevistados disseram já ter vivenciado este tipo de situação nos últimos 12 meses antes do levantamento, no Brasil este número é de 23,4%. No ano passado, vários casos vieram à tona, este ano uma mãe chegou a postar no Facebook que a filha foi agredida em uma briga. 

A pesquisa ouviu jovens, entre 13 e 15 anos, de 23 municípios de Mato Grosso do Sul no período de 14 de abril a 14 de julho de 2015. A estimativa é que em Campo Grande, 10.698 jovens cursem o 9º ano, enquanto no Estado o total chega a 30.265. A pesquisa foi realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em parceria com o Ministério da Educação.

Outro dado é sobre o envolvimento em brigas e uma das partes portar arma de fogo. Neste caso Mato Grosso do Sul ocupa a 6ª maior posição, com 6,8%. Campo Grande apresenta o mesmo índice 6,8%, nacionalmente este índice é de 5,7%. No caso de armas brancas esse índice sobe, Mato Grosso do Sul apresenta 9,1% e Campo Grande 9,7% e no Brasil é de 7,9%.

Além do envolvimento em brigas ou lutas físicas, a pesquisa também quis saber sobre escolares que foram seriamente feridos uma ou mais vezes. Em Campo Grande 10,7% dos entrevistados respondeu que sim, em Mato Grosso do Sul esse índice é de 10,9% e no Brasil é de 12,3%.

Na avaliação do sociólogo Paulo Cabral, o comportamento dos jovens é reflexo do que ocorre na sociedade. “Se temos uma cultura de paz, isso se reflete em todos os ambientes, agora se, ao contrário, temos cultura de violência, isso também vai se refletir nos demais ambientes”, disse.

Conforme a leitura do sociólogo, quando uma criança ou um jovem já resolve suas questões por meio de agressão, ela tem tendência a ser um adulto violento.

Ações – Sobre a pesquisa, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) informa que realiza diversas ações em parceria com a Polícia Militar e 27ª Promotoria de Justiça da Infância e Juventude para coibir a violência entre os jovens.

Uma delas é o Proceve (Programa de Conciliação para Permanência e Evasão e Violência Escolar), que visa resgatar a autoridade dos diretores e professores, a prevenção do patrimônio público e o respeito às instituições, com o propósito de favorecer a permanência e o sucesso do aluno em sala de aula.

Segundo a Semed, é um instrumento que pretende ajudar a preservar os direitos e deveres da comunidade escolar. Mas, também, para lembrar o aluno de que, toda vez que age de forma inadequada em sala de aula, está ferindo o direito de seus colegas que querem estudar.

Outra ação apontada pela Semed é o Programa Semeando, que realiza dinâmicas com diversos temas como drogas e suas consequências; criminalidade; bullying, violência nas escolas; ética, cidadania e direitos humanos; direitos humanos e discriminação racial; trânsito, criança e faixa de pedestre; atenção pela vida – educação no trânsito; semáforo – qual a sua importância para o trânsito; trânsito nas escolas: da reflexão a ação; ciclistas e as leis de trânsito; educação ambiental e violência contra mulher (os tipos de violências, ciclo da violência, como identificar, como prevenir, formas de denúncias, entre outros.

Em parceria com a Polícia Militar também é realizado o Proerd (Programa Educacional de Resistência às drogas e à violência), que tem o intuito de prevenir o uso de drogas entre os jovens. As lições são ministradas semanalmente, por Policiais Militares capacitados por meio do Curso de Formação de Instrutor, e o conteúdo do programa é apresentado em uma coletânea com diversas lições que além de estimular as habilidades das crianças para resistirem às pressões ao uso de drogas, estreita o relacionamento entre a Polícia Militar, a escola e a família.

Já a Secretaria de Estado de Educação informou que articula com instituições públicas e privadas, busca fortalecer uma proposta de trabalho coletivo para subsidiar as escolas promovendo ações como formação continuada dos professores, palestras e oficinas nas unidades escolares.

Por meio da Coordenadoria de Políticas Específicas para Educação, implantou o CAP (Programa Cultura, Arte e Paz), com o objetivo de implementar políticas públicas, orientar e promover ações visando propiciar à comunidade escolar a formação de uma cultura de respeito à dignidade humana, da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância e da paz.

O Programa é destinado às escolas da Rede e à comunidade do entorno destas escolas. Atende, também, os estudantes do Projeto AJA (Avanço do Jovem na Aprendizagem), ProJovem Urbano e EJA (Educação de Jovens e Adultos).

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