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Cidades

PM deixa parquímetro livre para amarelinhos

Redação | 04/03/2008 15:52

Embora exista um convênio em vigor prevendo que Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito) e PM (Polícia Militar) devem agir conjuntamente na fiscalização de trânsito em Campo Grande, incluindo a área central da cidade, isso não vem ocorrendo na chamada Área Azul, onde a permanência nas vagas de estacionamento tem tempo limitado, controlado pelos parquímetros. Essa região, onde vêm ocorrendo a maior parte dos polêmicos guinchamentos de veículos por parte dos fiscais de trânsito municipais, é território livre dos chamados amarelinhos, como apurou o Campo Grande News.

Pelo que foi apurado, nesse aspecto a Polícia Militar e Agetran têm filosofias de trabalho completamente distintas e a segunda fez a opção de ficar de fora da atuação em relação ao estacionamento regulamentado. Uma das discordâncias principal da PM seria o foco meramente arrecador, e não educativo, do trabalho dos amarelinhos.

A PM sequer solicitou à Flexpark, empresa que administra os parquímetros, chaveiros para que os policiais possam verificar se os equipamentos estão funcionando, o que é um procedimento padrão para ajudar na fiscalização. Cada agente de trânsito tem um chaveiro, normalmente utilizado para verificar o equipamento quando os donos de veículos flagrados sem utilizar os créditos alegam que ele não está funcionando. A empresa diz que os policiais de trânsito não tem os chaveiros porque não foram solicitados e que, por ela, seria bem melhor que Agetran e PM mantivessem a atuação conjunta, prevista num convênio asssinado em agosto do ano passado e publicado no Diário Oficial em setembro do ano passado.

A diferença de comportamento entre policiais e amarelinhos fica nítida em episódios como uma ocorrência registrada em dezembro do ano passado na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento à Comunidade), quando três policiais militares impediram que três agentes de trânsito guinchassem um veículo. O dono do veículo prestou queixa alegando que o carro foi danificado e os policiais figuraram como testemunha dele. Em outro episódio, os policiais impediram o guinchamento de uma ambulância que estava atendendo uma emergência.

Indagado sobre as diferenças de filosofia de trabalho entre as duas corporações, o comandante da Ciptran (Companhia Independente de Policiamento de Trânsito), major Edmilson Lopes da Cunha, evitou polêmicas, dizendo que preferia não comentar o assunto.  O oficial disse apenas que a companhia tem focado sua atuação nas blitze realizadas na cidade, para coibir, por exemplo, a embriaguez ao volante.

Em relação aos episódios em que os policiais interferiram a favor de donos de veículos, o oficial disse que houve uma recomendação para que eles não façam mais isso.

Indústria da multa - A atuação dos fiscais de trânsito é alvo de investigação por parte da Câmara dos Vereadores e de duas sindicâncias abertas pela prefeitura neste mês. A apuração é para investigar se os fiscais emitindo autos de infração indiscriminadamente para ampliar a arrecadação com multas.

Uma das principais reclamações têm sido em relação aos veículos que são guinchados por exceder o tempo de permanência nos parquímetros. Esse tipo de ocorrência garante arrecadação certa, porque o dono do veículo tem que pagar para retirá-lo do Detran (Departamento Estadual de Trânsito), arcar com a estadia e ainda, em vários casos, quitar débitos do veículo para poder retirá-lo do pátio do órgão.

Os próprios amarelinhos, em documentos que originaram as sindicâncias, admitem que são pressionados para emitir mais multas. A quantidade de autos de infração é um dos critérios que definem a composição dos salários dos fiscais de trânsito.

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