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Cidades

Polêmica serve de publicidade e livro ganha nova edição

Redação | 26/02/2010 08:30

Nem se a família do estudante Vithor Torres tivesse contratado uma agência de publicidade teria conseguido tanto destaque para o livro "Dia 4", após a polêmica criada com a escolha da obra para fazer parte de um projeto de literatura para alunos do 6º ano do Ensino Fundamental, em uma escola particular.

O debate em torno do livro ganhou o noticiário, se espalhou pela internet e, como era de se esperar, gerou curiosidade e procura.

O resultado é que uma nova edição já foi encomendada pela família de Vithor e deve estar disponível em 15 dias, conforme informou a mãe dele, a massoterapeuta Graça Maria da Silva Torres.

De acordo com ela, quando o livro foi feito, no ano passado, foram impressas 250 cópias. Ele narra uma viagem longa feita por Vithor, na qual presenciou uma realidade nova para ele, incluindo diálogos com palavrões.

Das cópias feitas no ano passado, 50 foram para a escola onde Vithor estuda, a CNEC (Campanha Nacional das Escolas da Comunidade), para fazer parte do Projeto Conversando com o Autor, e as outras foram todas comercializadas. Quando a polêmica surgiu nesta semana, após as reclamações da tia de criança de 10 anos - que estuda na escola - não havia exemplares disponíveis para atender a procura que, segundo Graça Maria, é grande.

Ela disse que a família está bancando o custo da nova impressão, de mais 250 cópias. Sobre o fato de o livro do filho ter gerado tantas discussões, a massoterapeuta fala com bom humor. "Foi ótimo", define, ao comentar a exposição gratuita.

Mesmo quando comenta o centro da polêmica, a presença dos palavrões na obra e do suposto conteúdo preconceituoso, a mãe do escritor precoce revela tranqüilidade. "Eu não vejo nenhum ponto negativo nessa exposição". Ela diz que Vithor não fala palavrões frequentemente, mas que isso não é motivo para se escandalizar, pois o convívio de adolescentes com as palavras de baixo calão é algo normal.Ela também não identifica teor preconceituoso em Dia 4.

Segundo a mãe, a literatura é uma paixão do filho desde sempre, tanto que ele está produzindo um segundo livro, cujo conteúdo ainda não conhece. "Eu sou a primeira a ler, mas só quanto ele termina".

Vithor, que mantém um blog na internet e um perfil no microblog Twitter, está aproveitando a discussão em torno de seu livro para divulgá-lo. Ele atualiza as informações divulgadas na imprensa, comenta as entrevistas que deu e aproveita para informar que a nova edição chega já, já.

O adolescente, em entrevista sobre a reprovação do livro pela família da estudante, lamentou ser mal interpretado, disse não fazer apologia dos palavrões e ainda classificou as críticas negativas como hipocrisia.

Na internet, ele está recebendo tanto declarações de apoio quanto mensagens contrárias, principalmente considerando o conteúdo do livro inadequado para as crianças. Em meio às mensagens, vários pedidos para conhecer a obra.

Na escola CNEC, os pais já declararam seu apoio à escola e definiram que vão manter o projeto Conversando com o Autor, para o qual Vithor foi selecionado. Ele é aluno do 3º ano do Ensino Médio do CNEC. Amanhã, eles devem discutir se haverá algum tipo de mudança no andamento da atividade escolar relacionada ao livro.

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