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Cidades

Polícia Civil faz reencontro de duas famílias na Capital

Redação | 22/12/2008 16:54

A 7ª Delegacia de Polícia de Campo Grande preparou dois presentes de Natal que eram esperados há mais de vinte anos, o reencontro de duas mães com seus filhos.

Na tarde de hoje, dona Joaquina da Silva Martins (65) recebeu o filho Ari Martins de Oliveira (42) que não via há 29 anos. E, dona Enoi Teixeira da Silva (49) reencontrou uma das filhas, Gesieli Teixeira da Silva, separadas há 23 anos.

"Este vai ser o Natal mais feliz da minha vida", comemora dona Joaquina. "Nós nos perdemos depois que eu, e o restante da família, nos mudamos para Presidente Prudente [São Paulo] e o Ari ficou aqui para trabalhar", relembra.

Ari conta que durante o tempo em que ficou aqui se sentiu como um "passarinho sem ninho". "Eu não tinha uma casa fixa. Hora morava aqui, hora ia trabalhar nas fazendas. Não tinha um paradeiro fixo", conta o filho.

Neste meio tempo, muitas coisas aconteceram que dificultaram o reencontro da família. Ari se mudou para Três Lagoas, e dona Joaquina para São Gabriel do Oeste e finalmente regressaram para Campo Grande. Ari tinha planejado ir procurar a mãe e os irmãos em Presidente Prudente no ano passado. "Se eu tivesse ido teria sido viagem perdida, porque todo mundo já estava aqui".

Ari ficou sabendo de que sua mãe o procurava depois que amigos dele ligaram dizendo que sua mãe estava procurando pro ele. "Um amigo meu me ligou no celular dizendo uma tinha ouvido na rádio Caçula que minha mãe estava me procurando. De repente, outro me liga falando a mesma coisa, e outro, e outro. Eu pensei: 'isso só pode ser verdade'".

Ari mora em Três Lagoas, juntamente com seus quatro filhos que nasceram durante os 29 anos de separação da família. "Não vejo a hora de ver estes meus novos netos", completa dona Joaquina.

Mais uma história - Para dona Enoi, o desejo de ver os netos foi quase que realizado. Isso porque a filha Gesieli, que foi reencontrá-la, está grávida de seis meses. "Fiquei ainda mais feliz quando vi que ela está esperando um bebê", disse. "Quando eu vi a minha mãe eu tinha certeza que era ela mesma, porque ela é muito parecida com a nossa tia", relata Gesieli.

A família se separou depois que dona Enoi decidiu deixar as três filhas do casamento anterior e seguir em uma aventura amorosa, na época os pais dela disseram que ela podia ir, e que as filhas seriam bem cuidadas por eles, no sítio que tinham no interior do Paraná. "Eu sou igual piolho. Vou pela cabeça dos outros", admite.

Depois disso, as famílias se mudaram muito dificultando o contato. Gesieli e as três irmãs foram para Campinas, interior de São Paulo, onde moram até hoje. Por outro lado, dona Enoi mudou-se para Sinop, Mato Grosso, depois veio para Campo Grande, onde trabalha como doméstica.

A união da família foi possível graças a irmã mais velha, Lucinete, a qual pediu para um amigo que trabalha no Cartório Eleitoral de Tapejara, interior do Paraná, pesquisasse nos registros da Justiça se havia alguma informação sobre a mãe. "O amigo dela voltou dizendo que a mãe estava viva, que morava em Campo Grande e que tinha votado nas últimas eleições. Foi a melhor notícia da minha vida", conta Gesieli.

"Agora o que eu mais quero é ser as outras duas que não puderam vir, vão ser mais dois presentes de Natal", disse dona Enoi.

Trabalho - A agente de Polícia Civil da 7ª DP, Maria Campo, conta que as investigações começaram há cerca de dois meses. Segundo ela, encontrar as pessoas não foi muito difícil, pois elas costumam usar muito seus documentos em operações bancárias e outras transações.

"Depois de saber onde estavam os familiares, começou a investigação para saber se eles realmente eram membros da mesma família. Comparando as histórias e checando os fatos, chegamos à conclusão de que se tratavam das pessoas certas", conta a agente.

Em treze anos de investigação a 7ª DP tem 100% de acerto no reencontro das famílias. "Já são 1069 casos resolvidos onde os filhos foram 'entregues' aos verdadeiros pais".

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