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Cidades

Polícia ouve dez depoimentos em caso de famílias assaltadas e sequestradas

Fernando da Mata | 11/01/2012 14:01

Na ocasião, nove pessoas foram feitas reféns durante 7h entre a noite de sábado (7) e a madrugada de domingo (8), em um matagal no Parque dos Poderes

Três jovens presos na Defurv (Foto: João Garrigó)
Três jovens presos na Defurv (Foto: João Garrigó)

No inquérito que investiga roubo seguido de sequestro que ocorreu no último fim de semana em Campo Grande, dez pessoas já foram ouvidas. Informação é do delegado Geraldo Barbosa, da Defurv (Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Veículos).

Na ocasião, nove pessoas de duas famílias foram feitas reféns por uma quadrilha durante sete horas entre a noite de sábado (7) e a madrugada de domingo (8), em um matagal no Parque dos Poderes. O objetivo era roubar as duas caminhonetes das famílias.

Entre os que foram ouvidos pela Polícia, estão três membros da quadrilha presos com os veículos em Ponta Porã, fronteira com o Paraguai. Os jovens ficarão, por enquanto, na carceragem da Defurv e prestarão depoimento novamente. Os outros depoimentos prestados à Polícia são de vítimas do sequestro e roubo.

Segundo a Polícia Civil, os presos Thiago Pereira Carrilho, Diego da Silva Siqueira e Renan Rodrigues Fernandes, todos de 21 anos, serão indiciados por roubo qualificado pelo concurso de pessoas, sequestro e cárcere privado, roubo qualificado pelo emprego de arma e transporte de veículo para fora do país.

Carrilho tem passagens por ameaça, porte ilegal de arma de fogo, homicídio, tentativa de homicídio e furto. Siqueira tem antecedente por roubo. Na ficha de Fernandes, tinha registro por ameaça e vias de fato.

De acordo com o delegado da Defurv, os suspeitos disseram antes que só foram contratados para fazer o transporte das caminhonetes e que ganhariam R$ 1 mil. Porém, as vítimas reconheceram os presos como participantes nos crimes. Depois disso, os suspeitos confessaram a participação.

Foram apreendidos um fuzil calibre 306 usado durante o crime, cinco munições, dinheiro e celulares.

A Polícia ainda tenta identificar outros três membros da quadrilha. Conforme Barbosa, com certeza os criminosos estão envolvidos em roubos de outros veículos.

O crime - A primeira família, composta por seis pessoas, entre elas, um menino de sete anos, foi rendida no bairro Mata do Jacinto, por volta das 22 horas de sábado (7).

Utilizando gorros e com os rostos expostos, quatro bandidos, armados com revólveres, invadiram a residência, renderam e amarraram as vítimas com uma fita branca. Eles roubaram uma caminhonete S-10, modelo executiva, de cor prata, além de jóias e celulares.

As vítimas foram levadas para um terreno baldio, que serviu como cativeiro, no bairro Jardim Veraneio, região do Parque dos Poderes.

Cerca de uma hora depois da primeira família chegar, os bandidos levaram outras três pessoas, pai, mãe e uma criança de três anos, ao cativeiro. Elas foram rendidas em uma residência no bairro Carandá Bosque.Os bandidos roubaram outra caminhonete S-10, também modelo executiva, de cor branca.

Segundo informações das vítimas, que prestam depoimento na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Centro, apenas um integrante da quadrilha ficou encarregado de vigiar o cativeiro, armado com um fuzil.

Enquanto as famílias eram mantidas reféns no matagal, três jovens levavam os veículos para o Paraguai. Eles foram presos na madrugada de domingo (8), em Ponta Porã, durante abordagem de rotina de policiais militares.

Segundo a Polícia, os suspeitos tentavam entregar as duas caminhonetes GM S-10 que haviam roubado a receptadores paraguaios.

A PM abordou os suspeitos e descobriram que estavam envolvidos no roubo seguido de sequestro, e que parte da quadrilha mantinha famílias como reféns na Capital.

Enquanto os jovens foram presos, outro integrante da quadrilha se deslocou, de moto, ao cativeiro para buscar o homem que vigiava o local.

Após sete horas, o bandido demonstrou nervosismo ao receber informações do motociclista, que não retirou o capacete, e perceber que algo dava errado no plano da quadrilha.

Antes de deixar o terreno na moto, a dupla orientou as vítimas a deixar o cativeiro cinco minutos depois e só acionar a Polícia na parte da tarde de domingo (8). Em caso de desobediência à ordem, eles ameaçaram voltar às casas onde iniciaram os sequestros.

As famílias, então, caminharam até as proximidades do Ministério Público Estadual no Parque dos Poderes e pediram o celular de um motociclista que passava pelo local para acionar a Polícia.

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