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Cidades

Políciais rodoviários federais ameaçam entrar em greve

Redação | 29/01/2008 11:25

Em véspera de Operação Carnaval e dois dias antes do início da fiscalização sobre o cumprimento da medida federal que proíbe a venda de bebidas alcoólicas nas estradas, policiais rodoviários federais ameaçam entrar em greve. Amanhã (30), haverá uma assembléia nacional para decidir sobre a paralisação.

Em nota, encaminhada hoje à imprensa, os Sindicatos de Policiais Rodoviários Federais reclamam de efetivo reduzido e garantem que antes do país registrar os números trágicos de acidentes durantes os feriados de Natal e Ano Novo, as entidades já haviam alertado sobre as deficiências, "alertando para o que seria um verdadeiro massacre nas rodovias federais do Brasil nas férias de verão", diz o texto.

Os oficiais representantes da categoria citam ainda o acórdão 353/2006, do Tribunal de Contas da União (TCU), que teria constado a deficiência de pessoal e de recursos materiais da Polícia Rodoviária Federal. "Nesse estudo, o TCU estimou o contingente mínimo de 18.000 policiais para efetiva fiscalização e policiamento das rodovias federais. E, no entanto, o efetivo da PRF diminui a cada ano. Os concursos realizados recentemente não conseguem cobrir sequer a reposição de pessoal", continua o documento enviado pelos sindicatos.

O alerta teria sido feito a partir da constatação sobre o aumento do transporte de cargas de 70% nos últimos dez anos e da frota nacional de veículos. Já os servidores da PRF são 10 mil desde 1997, asseguram os sindicatos na nota. "Atualmente somos 9.200 policiais e seremos aproximadamente 8.500 ao final de 2008. Esse contingente é responsável por 62.000 km de rodovias federais pavimentadas."

Caso a assembléia decida pela greve, será a primeira paralisação na história da PRF, segundo informa a categoria, em 79 anos de existência. Mas seria a única alternativa, diante de negociações que começaram em 2006 e não avançaram, reclamam os sindicatos que exigem a contratação urgente de 10 mil novos policiais, a exigência de curso superior para acesso à categoria e reestruturação da carreira.

Os sindicatos também apontam o caminho para que tais melhorias não prejudiquem as contas do governo. "O custo anual dos acidentes nas rodovias federais, segundo dados do IPEA, é da ordem de 6,5 bilhões de reais, e o orçamento do DPRF para o ano de 2007 foi cerca de 137 milhões de reais. Se conseguirmos reduzir em 10% o número de acidentes, a economia para o Brasil será de 600 milhões de reais", justifica a categoria.

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