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Cidades

Polícias estaduais têm déficit de 5,3 mil homens em MS

Redação | 22/04/2008 16:16

O governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli (PMDB), admitiu nesta manhã que, mesmo com os dois concursos em andamento, para a Polícia Militar e para a Polícia Civil, o efetivo das forças de segurança estaduais ainda estará aquém do necessário.

O Campo Grande News fez as contas e elas demonstram que para atender o que a lei prevê, o governo teria de investir e muito na contratação de policiais. Juntando Polícia Militar e Polícia Civil, o efetivo atual é de 5,9 mil, contra a previsão legal de 11,2 mil homens. Ou seja, há um déficit de 5,3 mil homens, o equivalente, em percentual, a 47% de policiais a menos do que a projeção .

Na Polícia Militar, que legalmente tem a tarefa de fazer o trabalho de repressão aos crimes nas ruas, o efetivo projetado, segundo uma lei de 2006, é de 7,5 mil homens. Mas hoje, conforme a reportagem apurou, ele não passa de 4,2 mil. Ou seja, há um déficit de 3,3 mil, ou 37,5%.

O efetivo total da PM hoje é menor do que a lei prevê em número de soldados, a gradução inicial da corporação, que seria de 4,3 mil. Hoje, conforme os dados colhidos pela reportagem, não chega a 2,5 mil o número de soldados na corporação O governo promete contratar até o ano que vem mil policiais para essa função, no concurso que está em andamento. Serão 550 em uma leva e outros 450 em outra. Só que, como muitos se aposentam, a medida em que eles forem entrando, outros vão sair e o déficit permanece.

Déficit nas delegacias - Na Polícia Civil, responsável por investigar os crimes e apontar culpador, a Lei Orgânica da corporação prevê um efetivo de 3,7 mil homens. A realidade atual aponta uma tropa de 1,7 mil homens, ou seja, faltam 2 mil homens nas delegacias e estruturas ligadas à Polícia Civil, como os IMLs (Instituto Médicos Legais) e os órgãos responsáveis pela perícia criminal. O déficit, nesse caso, é de 54%.

A corporação também está com um concurso em andamento, com provas objetivas prevista para o dia 27 de abril. São 11 mil candidatos para as 325 vagas oferecidas. Contratados esses policiais, o efetivo subirá para 2 mil, ainda abaixo do quantitativo previsto, e sem contar com aposentadorias e desligamentos que possam ocorrer nesse período.

Um dos principais desfalques na Polícia Civil é em uma área considerada essencial, a de perícia, pois é esse trabalho que costuma dar base para as investigações, apontando como um delito aconteceu, com base na descrição da cena do crime e das provas encontradas nos locais.

Turma parada - A função de agente de polícia científica, profissional que auxilia os peritos na apuração, tem apenas 50 funcionários. A lei prevê 300, ou seja, seis vezes a quantidade atual. Neste caso, existe um clima de insatisfação maior, porque há uma turma de profissionais formados, de um curso de 2004 e que aguarda nomeação pelo governo. Foram aprovados 130 agentes de polícia científica, que já passaram por curso de formação. Só 30 foram nomeados e o governo não tem previsão de quando os outros tomarão posse.

Em entrevista recente em que comentou a falta de policiais, o secretário Wantuir Jacini culpou a falta de planejamento do governo anterior em relação às forças de segurança e disse que a atual admistração está atuando para corrigir o problema.

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