Portadores do vírus HIV falam de preconceito e superação
Há 11 anos, a artesã Cleonice Rodrigues dos Santos, 49 anos, descobriu que tem Aids e foi abandonada pelo marido, com quem havia sido casada durante cinco anos.
Ela conta que até dentro da família enfrenta o preconceito, mas quando começou a namorar um homem que também é portador da doença, a vida começou a ficar mais fácil.
Ela tem duas filhas, de 22 e 28 anos, que não têm Aids. As moças moram com Cleonice e ajudam a cuidar dela.
"As pessoas têm muito preconceito. Até dentro da família. Eu tenho um irmão que nem toma no mesmo copo que eu", relata.
A artesã contraiu a doença de um homem casado, com quem tem uma filha. Ao fim do relacionamento, Cleonice conheceu o marido e depois de cinco anos o casal descobriu que ela era portadora.
Cleonice foi abandonada pelo marido e hoje convive com um homem que também tem Aids. Ela foi hoje cedo à Praça Ary Coelho, no Centro de Campo Grande, onde são realizadas atividades relacionadas ao Dia Mundial de Luta contra a Aids.
O estudante Edivaldo Ribeiro, 27 anos, convive com a doença desde 30 de março de 2007. Depois de alguns exames com resultado negativo para a doença, veio a confirmação.
O jovem diz que não teve um choque porque já cogitava a possibilidade de ter contraído Aids. Ribeiro namora outro rapaz portador da doença e garante que leva uma vida nomal.
"Faço atividades físicas e estudo. Não interfere em nada. Tenho convivência com amigos e a família", completa.
A médica infectologista e coordenadora do programa municipal de DST/Aids, Gisele Maria Brandão de Freitas, destaca que muitos portadores da doença reclamam do preconceito das pessoas, portanto, as atividades estão voltadas à conscientização e sensibilização da população.
Para Gisele, a falta de conhecimento em relação ao tema reflete o preconceito. "
