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Cidades

Prejuízos com falência de agência de turismo pode atingir R$ 1,4 milhão

Luciana Brazil e Kleber Clajus | 15/01/2014 16:03
Agência pode ter causado rombo de R$ 1 milhão para bancos, (Foto: Reprodução\Facebook)
Agência pode ter causado rombo de R$ 1 milhão para bancos, (Foto: Reprodução\Facebook)

O prejuízo deixado pela Agência Ar, que fechou as portas em Bonito, na quarta-feira (8), gira em torno de R$ 1 milhão contabilizando apenas os credores bancários, segundo o presidente da Atratur (Associação dos Proprietários de Atrativos Turísticos em Bonito), Marcos Dias Soares.

Com o fechamento da empresa, que fazia a intermediação da compra de passeios turísticos, o município pode ter deixado de ganhar aproximadamente R$ 400 mil no período de quase dois anos.

“Com os atrativos turísticos o valor do prejuízo pode chegar a R$ 400 mil, sem contar com o rombo gerado aos fornecedores, hotéis, funcionários e clientes”, avaliou Marcos.

Antes do fechamento, agência vinha apresentando dificuldades financeiras. À medida que a agência deixava de pagar os fornecedores, menos crédito a empresa tinha. “Muitos hotéis deixaram de aceitar a reserva deles”, disse Marcos.

Ao menos oito boletins de ocorrência foram registrados contra o proprietário da empresa, Alexandre Alex Rodrigues Furtado, por estelionato. Os prejuízos ainda são contabilizados entre funcionários e fornecedores de serviços. A página da agência na internet não está mais ativa.

“Ao invés de cuidar do que deveria, eles tiveram ambição de querer ser o melhor, a maior e deu nisso”, disse Marcos.

Para ele, os maiores prejudicados acabam sendo os turistas, já que ficam sem respaldo na cidade.

Para o presidente do Convention Bureau de Bonito, Rodrigo Coinete, o município teve um grande calote. “Não é ruim só para os turistas, mas para a cadeia de turismo local. Porém, isso não está afetando o turismo em Bonito”, garante ele. “O maior prejuízo é para os fornecedores, hotéis e passeios turísticos”, continua.

Rodrigo lembra ainda que um caso é isolado, delicado e que serve de lição. “O Conselho de Turismo vai estudar soluções para evitar esse tipo de situação no futuro. Como a agência estava com força de venda pequena e sem crédito não estava vendendo muitos pacotes. Por isso, creio que o número de turistas prejudicados não foi muito grande”, avaliou.

Orientação – Para evitar situações como a ocorrida em Bonito, a presidente da Abav/MS, Juliana Fraga Vidal, indica que o cliente deve evitar o pagamento de todo o pacote quando sinta alguma desconfiança.

Outros pontos a serem observados são indicações de amigos, confirmação dos serviços antes do embarque e registro de reclamações no Procon e empresas especializadas.

“É preciso senso crítico de questionar muitas vezes o preço ou deixar de pagar o valor completo até a prestação completa do serviço. O parcelamento pode ajudar a reduzir um problema”, ressalta Juliana Fraga.

Rodrigo Coinete ressalta também a união dos credores com a notícia do calote. “O importante é se unir para atender quem ficou a ver navios e criar mecanismos para que não ocorra novamente”.

Turista – A engenheira civil Ligia Helena Gimenes, 26 anos, é uma das vítimas do fechamento da agência. Ela esteve em Bonito com o marido, em novembro do ano passado.

Antes de fazer o passeio Abismo de Anhumas, o casal foi informado de que era preciso ter muita resistência física. Depois de um treinamento, ela e o marido perceberam que não teriam condições de participar.

Segundo a agência, em caso de desistência o dinheiro, R$ 575, seria reembolsado, mas isso não aconteceu. Depois de inúmeros emails e ligações telefônicas cobrando o reembolso, no fim restou apenas um informe que dizia: entrar em contato com a Secretaria de Turismo de Bonito.

Além do dinheiro perdido, Ligia e o marido passaram por outros constrangimentos, como chegar a um passeio pago e serem informados de que o local não trabalhava com Agência Ar.

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