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Cidades

Proibidos de usar arma, agentes penitenciários param nos dias 30 e 31

Nícholas Vasconcelos e Helton Verão | 24/01/2013 17:58
Servidores decidiram sobre paralisação durante assembleia nesta quinta-feira. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Servidores decidiram sobre paralisação durante assembleia nesta quinta-feira. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Os agentes penitenciários estaduais e federais vão paralisar as atividades nos dias 30 e 31 deste mês em protesto contra o veto da presidente Dilma Rousseff (PT) ao projeto que autoriza o porte de armas por esses servidores. A decisão foi tomada hoje durante uma assembleia da categoria em Campo Grande.

A categoria afirma que está à beira de um colapso, já que só no ano passado 18 agentes penitenciários foram mortos em todo país. Em Mato Grosso do Sul, um agente foi morto em 2011 no semiaberto da Vila Sobrinho, na Capital.
No Estado, são 1.300 servidores estaduais e 180 federais.

Participaram da reunião os presidentes do Sinsap/MS (Sindicato dos Agentes Penitenciários Estaduais de Mato Grosso do Sul), Francisco Sanábria; Cíntia Rangel Assumpção, do Sinapf (Sindicato dos Agentes Penitenciários Federais em MS) e Fernando Anunciação, da Federação Nacional da categoria. Eles consideram o veto um desrespeito a classe, já que os criminosos podem se organizar dentro dos presídios.

Nos dias da paralisação, 90% dos trabalhadores vão cruzar os braços e suspender o atendimento aos advogados e as visitas. Banho de Sol e as outras atividades internas dos detentos serão mantidos.

Os líderes sindicais dizem que o veto foi motivado porque a presidente afirma que há muitas armas circulando no País, o que os funcionários consideram um erro porque eles já utilizam armamento dentro das unidades.

“O agente já circula dentro do presídio com sua arma, na hora de ir embora ele tem de deixar. A única coisa que vai mudar é que ele vai permanecer com a arma”, explicou Cíntia Rangel.

Servidor que trabalha em Três Lagoas e que já foi vítima de um atentado diz temer pela segurança, já que não tem como se defender. Em 2009, um motociclista atirou contra a casa do agente, que havia sido ameaçado na véspera pelos presos. Três meses antes, uma aviso “mandou” que ele se mudasse.

“Tenho medo e aonde eu vou sempre olho para se tem alguém. Se vir um ex-presidiário eu prefiro não permanecer”, revelou.

Depois do atentado, ele resolveu trocar de endereço para fugir de novos ataques.

A paralisação da categoria é nacional, vai ser realizada em 16 Estados e Distrito Federal. Além da Capital, os presídios federais de Mossoró (RN) e Catanduvas (PR) terão as atividades suspensas.

Uma manifestação está marcada para o dia 4 de fevereiro, na abertura do Congresso Nacional, em Brasília.

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