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Cidades

Promotoria insiste em homicídio doloso contra peão

Redação | 18/02/2010 11:38

O promotor Douglas Oldegardo, responsável pela acusação do peão Fagner Gonçalves, que em junho de 2008 atropelou e matou o cabo do exército Leonardo Sales da Silva, busca a condenação por homicídio doloso, agora com apenas um agravante: requintes de crueldade.

Fagner havia sido denunciado pelo MPE (Ministério Público Estadual) por homicídio doloso triplamente qualificado, por motivo torpe, com requintes de crueldade e sem possibilidade de defesa da vítima, o que renderia até 12 anos de pena.

Depois do depoimento do acusado, nesta manhã, a promotoria voltou a argumentar que, independente das justificativas, Fagner assumiu o risco de matar alguém ao perceber que o militar estava preso a carroceria da camionete que dirigia, com alguns detalhes que o desabonam, como o fato de ter bebido antes de assumir o volante e estar com a CNH vencida no dia do acidente.

Defesa e acusação divergem sobre o percurso em que a vítima foi arrastada, após o motorista ter conhecimento de que o militar estava preso ao veículo.

A promotoria sustenta que Fagner foi avisado e mesmo assim continuou por mais 6 quilômetros. A defesa garante que o acusado parou 3 quilômetros após saber que Leonardo era arrastado. "Independente da quilometragem, ele assumiu o risco de matar assim que ficou sabendo", argumenta o promotor.

Fagner é defendido pelo advogado Abadio Rezende, criminalisa reconhecido em Mato Grosso do Sul, que tenta classificar o caso como homicídio culposo, como é acidente de trânsito, o que reduziria a pena ao máximo de quatro anos de reclusão.

Sem números - Durante depoimento do perito que trabalhou no inquérito sobre o caso, também nesta manhã, a defesa questionou a velocidade do veículo ao arrancar do local onde o militar foi atropelado.

O perito criminal e engenheiro físico Emerson Lopes do Reis não conseguiu responder, e disse que o cálculo não foi feito porque a perícia não achou importante essa informação naquela época.

A defesa se apega ao fato dos laudos mostrarem que Leonardo ficou preso ao veículo ao tentar subir na carroceria, com o intuito de agredir Fagner.

A mesma versão tem sido sustentada pelo acusado desde a morte, quando Leonardo foi arrastado por 15 quilômetros do Parque do Lageado ao Jardim Itamaracá, em Campo Grande.

Fagner garante que fugiu com a camionete, com medo de ser agredido. O acidente ocorreu em um sábado, e ele fugiu depois de ver que havia matado o militar.

O peão contou hoje, novamente, que havia montado no rodeio realizado no Parque do Lageado e antes de terminar o evento resolveu ir embora com quatro amigos, quando começou a briga com o grupo do militar que acabou provocando a morte.

Fagner garante que subiu na camionete para sair do local, mas que não percebeu ter atropelado Leonardo na saída.

Amigos que estavam com Leonardo no dia do crime garantem que Fagner foi advertido por várias vezes e não parou.

A previsão é de que o julgamento termine por volta das 17h de hoje. Há pouco, o júri foi retomado, após pausa para o almoço.

Fagner já ficou preso por um ano e dois meses e aguardavao julgamento em liberdade.

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