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Cidades

Proprietário discorda de "politização" para acordo de indenização das terras

Antonio Marques | 02/09/2015 14:41
Fazenda Buriti, que fica em Sidrolândia, é uma das 31 propriedades que aguardam o acordo do valor de indenização das terras (Foto: Arquivo)
Fazenda Buriti, que fica em Sidrolândia, é uma das 31 propriedades que aguardam o acordo do valor de indenização das terras (Foto: Arquivo)

O dono da Fazenda Buriti – que fica em Sidrolândia e serviu de palco para confusões e morte do índio terena Oziel Gabriel durante reintegração de posse em 2013 – Ricardo Bacha, disse hoje que a falta de solução para a situação na região nada tem a ver com o processo eleitoral de 2014, como declarou mais cedo o senador Delcídio do Amaral (PT), líder do governo no Senado, em entrevista ao programa Jornal das 7, da FM UCDB.

Ao ler a repercussão da entrevista em matéria do Campo Grande News, Ricardo Bacha, ligou na redação para questionar a declaração do senador. “Não houve acordo porque o governo federal não aceitou a pagar o valor que vale a terra. Queriam pagar um valor irrisório, quase a metade do real”, declarou.

Bacha está disposto a vender a propriedade rural para o governo federal. Mas, ele quer que a União pague o valor de mercado das terras. Ele explicou que, como sugerido pelo próprio Ministério da Justiça, os produtores pediram um laudo de auditoria independente para atualização dos valores, que também não foi aceito pelo governo. Para ele, as condições apresentadas pelo Ministério eram “inaceitáveis, nada teve a ver com a questão política”, afirmou.

Avaliada em R$ 4,5 milhões, a Fazenda Buriti possui 302 hectares. No entanto, em agosto de 2013, o preço do hectare estava em torno de R$ 15 mil. O proprietário revelou, na época, que teria ouvido conversas de que o hectare teria sido avaliado em R$ 6 mil, menos da metade.

O produtor, que está fora da fazenda desde maio de 2013, reiterou não poder aceitar a declaração de que houve ingerência política no processo. “Como não houve acordo tivemos que judicializar a questão novamente”, afirmou.

Para Bacha, se houvesse sensibilidade para entender a situação dos produtores e dos índios na região do Buriti, o governo já teria resolvido o problema. Ele disse ainda que nenhum proprietário das fazendas foram convidados para a conversa com o ministro da Justiça José Eduardo Cardoso. “O ministro não nos recebe. Nós somos pessoas não grata”, declarou.

A participação da conversa com o ministro, segundo Bacha, teria ficado a critério da Famasul (Federação da Agricultura e da Pecuária de Mato Grosso do Sul) e da Acrissul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul). Bacha lembra que 27 das 31 propriedades continuam ocupadas pelos indígenas “e as condições de vida deles não melhorou em nada”, observou ele.

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