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Cidades

Rede privada tem cinco vezes mais médicos que a pública em MS

Marta Ferreira | 30/11/2011 18:03
Demora em unidades públicas de explica pelo número de médicos insuficiente. (Foto: João Garrigó)
Demora em unidades públicas de explica pelo número de médicos insuficiente. (Foto: João Garrigó)

A população que usa o SUS (Sistema Único de Saúde) em Mato Grosso do Sul, estimada em 2 milhões de pessoas, tem à disposição 5 vezes menos médicos do que os cerca de 409 mil segurados de planos de saúde. Para cada mil usuários das seguradores, existem no Estado 8,79 médicos, enquanto na rede pública custeada pelo SUS, essa relação é de apenas 1,63 médico para cada grupo de mil pessoas.

No ranking nacional de desigualdade entre a oferda de médicos na rede pública e na rede privada, Mato Grosso do Sul é o 13º. Campo Grande, que concentra a maior parte dos profissionais da Medicina, é a 7ª nesta relação de desigualdade.

A relação estadual é pior do que resultado nacional, que mostra quatro vezes mais médicos à disposição do sistema pago de saúde em relação ao público. No País, a cada mil usuários de planos de saúde, existem 7,6 postos de trabalho ocupados por médicos, enquanto no SUS a taxa cai para 1,95 posto preenchido para cada mil pacientes da rede pública.

Os dados são da pesquisa Demografia Médica no Brasil, divulgada hoje (30) pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo (Cremesp).

Conforme os dados, Mato Grosso do Sul tem ao todo 6.933 postos de trabalho para médicos preenchidos, uma relação de 2,38 por grupo de mil habitantes. Essa proporção está abaixo da média estipulada pelo Ministério da Saúde, de 2,5 médicos para grupos de cem mil habitantes.

Quando dividoda entre profissionais da rede pública e rede privada, a estatística mostra a discrepância entre quem pode pagar plano de saúde e quem não pode.

São 3,5 mil mil médicos em Mato Grosso do Sul atendendo aos planos e seus 408 mil clientes, e um número apenas um pouco maior atendendo os 2 milhões que precisam da rede pública.

Em Campo Grande, que tem 570 mil usuários do SUS, conforme o documento, são 1418 médicos atendendo aos pacientes do SUS, uma relação de 2,48 por mil habitantes. Na rede privada, a proporção é de 9,86 médicos por mil habitantes, considerando que são 1939 mil profissionais, para um público de 195 mil pessoas. A diferença é de 3,9 vezes, o sétimo maior índice entre as capitais.

Análise- “A diferença pode estar contribuindo para escassez de serviços públicos. Se não invertermos a equação, iremos aumentar ainda mais a desigualdade de médicos no [setor] público e privado”, disse à Agência Brasil Mário Scheffer, coordenador da pesquisa e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP).

As taxas foram calculadas com base nos postos de trabalhos ocupados por médicos em hospitais privados que atendem por operadoras de planos de saúde e os postos ocupados por profissionais em estabelecimentos financiados pelo governo, como instituições públicas, hospitais filantrópicos ou serviços particulares conveniados. Não foram contabilizados consultórios médicos particulares.

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