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Cidades

Relatório mostra crescimento de facção criminosa no Estado

Viviane Oliveira | 25/11/2012 14:36
Tio Arantes um dos líderes do PCC preso em Campo Grande. (Foto: divulgação/arquivo)
Tio Arantes um dos líderes do PCC preso em Campo Grande. (Foto: divulgação/arquivo)

Surgida nos presídios de São Paulo, a maior organização criminosa vive um momento de expansão e já tem representantes em 21 estados, entre eles Mato Grosso do Sul, além de Paraguai e Bolívia. É o que aponta um relatório reservado da Senasp (Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça), cujo teor foi divulgado pelo jornal o Globo, segundo o qual, em apenas nove meses, de janeiro a setembro de 2011, o PCC (Primeiro Comando da Capital) teve 45 novos "batismos" só em Mato Grosso do Sul.

Na última quarta-feira (21), apontado como um dos lideres da facção criminosa PCC, um dos presos apontados como líderes da facção no Estado, José Cláudio Arantes, o ‘Tio Arantes”, foi transferido do Presídio de Segurança Máxima, em Campo Grande, para a penitenciária Harry Amorim Costa, em Dourados. Arantes foi um dos presos que liderou o motim do dia 14 de maio de 2006, em Campo Grande.

O relatório divulgado pelo jornal carioca mostra que a preocupação faz todo sentido. De acordo com ele, a facção movimenta pelo menos R$ 72 milhões anuais com o comércio de drogas e mensalidades pagas por 13 mil integrantes, dos quais 6 mil estão em presídios paulistas, 2 mil nas ruas de São Paulo e 5 mil em outros estados.

A expansão para outros estados estava prevista desde os primeiros estatutos da organização, mas ganhou força nos últimos dois anos, de acordo com levantamentos dos órgãos de inteligência.

Desde julho do ano passado promotores trocam informações sob o comando do Grupo Nacional de Combate a Organizações Criminosas. Os dados obtidos pelo grupo mostram que apenas entre janeiro e setembro de 2011 foram realizados 90 ‘batismos’ de novos integrantes em Minas Gerais e 56 na Bahia, estados que mais se destacam pelo crescimento da organização em seus presídios, além de 45 em Mato Grosso do Sul

Houve aumento significativo também em Mato Grosso do Sul, e Paraná, estados estratégicos em função do fornecimento de drogas via Paraguai e Bolívia, além do Espírito Santo e Pernambuco.

Principal responsável pela atual crise de segurança em São Paulo, a mensagem espalhada entre os integrantes da facção cobrando a morte de dois policiais para cada integrante assassinado nas ruas foi captada em 8 de agosto, mas o governador Geraldo Alckmin (PSDB) só admitiu a existência da guerra entre o grupo e a polícia 83 dias depois, em 30 de outubro.

Crise - Atualmente, 135 das 152 unidades prisionais de SP são controladas pela organização. Em reunião dia 6 de novembro, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, revelou a Alckmin preocupação com a expansão pelo país.

Desde o início deste ano, 96 policiais militares foram mortos em São Paulo (em todo ano passado foram 47). O "salve" de agosto, espécie de comunicado interno da facção criminosa, determina que os PMs a serem assassinados devem ser da mesma corporação responsável pela morte de integrantes da organização. Pelo menos duas execuções por parte da elite da PM paulista, a Rota, teriam motivado os ataques, de acordo com o texto.

A reação dos policiais aos ataques, com mais mortes, foi um dos motivos que levaram à queda do secretário de Segurança Antonio Ferreira Pinto, que perdeu o controle da tropa, segundo avaliação do governo paulista.

Desde janeiro, 4.107 pessoas morreram no estado de São Paulo, contra 3.610 no mesmo período do ano passado - um aumento de 14%. Em outubro, foram 176 mortes na capital, contra 82 no mesmo mês de 2011.

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