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Retrospectiva 2011

Ano é marcado por acidentes graves na construção civil em Campo Grande

Francisco Júnior | 30/12/2011 09:15

Três mortes foram registradas em obras na Capital

Trabalhador ficou soterrado por cerca de 20 minutos. (Foto: Pedro Peralta)
Trabalhador ficou soterrado por cerca de 20 minutos. (Foto: Pedro Peralta)

O ritmo de crescimento da construção civil em Campo Grande este ano, foi acompanhado pelo aumento dos graves acidentes de trabalho no setor. Em 2011, três trabalhadores morreram em canteiros de obras.

O primeiro acidente aconteceu no dia 11 de julho. O trabalhador Francisco Venâncio de Lima, 54 anos, morreu ao cair de altura de 11 metros em um prédio em construção, no bairro Santa Fé, em Campo Grande.

Francisco era encarregado do serviço no térreo e no subsolo e que ele não usava colete nem cinto de segurança, apenas capacete.

O prédio fica na rua Piratininga, entre as ruas Frederico Soares e Zezé Flores. Nesta mesma obra, no dia 12 de maio, o operário Carmo Luis Raimundo, de 30 anos, ficou soterrado por vinte minutos. Ele chegou a desmaiar, mas foi socorrido pelos colegas que tiraram a terra do rosto dele e de parte do peito, até os bombeiros chegarem com bomba de oxigênio.

Raimundo sobreviveu ao acidente.

O segundo acidente de trabalho grave registrado em Campo Grande ocorreu dois depois do primeiro. No dia 13 de julho, o trabalhador Ronaldo Azevedo Calderoni, de 32 anos, morreu atingido na cabeça por uma barra de ferro que despencou do 18º andar. Ele caminhava pela obra, no chão. A peça, de 3 metros e pesando cerca de 20 quilos, estaria sendo utilizada na confecção de uma laje no último andar do prédio em construção.

Obra em que trabalhador morreu após ser atingido por barra de ferro.(Foto: João Garrigó)
Obra em que trabalhador morreu após ser atingido por barra de ferro.(Foto: João Garrigó)

A terceira morte aconteceu no dia seguinte, 14 de julho. O pintor Alfreu Evangelista Sales, 45 anos, sofreu uma descarga elétrica ao encostar um rolo de tinta em um fio de alta tensão enquanto pintava um sobrado na rua Johanesburgo, bairro Jardim Presidente, em Campo Grande. Ele foi socorrido pelo Corpo de Bombeiros e encaminhado à Santa Casa com queimaduras em 70% do corpo.

Evangelista ficou internado por 30 dias no hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.

De acordo com dados da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil em Construção Civil, desde 2004 não era registrada tantas mortes no setor. Neste ano, foram registradas 9 mortes.

Prédio onde aconteceram dois acidentes de trabalho. Um trabalhador morreu. (Foto:Francisco Júnior)
Prédio onde aconteceram dois acidentes de trabalho. Um trabalhador morreu. (Foto:Francisco Júnior)

O aumento do número de acidente de trabalho em Mato Grosso do Sul deixou em alerta o SRT (Superintendência Regional do Trabalho). A estimativa do órgão é de que em 2011, pelo menos 35 mil pessoas foram vítimas de acidentes . O prognóstico tem como base os dados do primeiro semestre, com 8.272 acidentes.

O número de vítimas representa aumento de 19,24% em relação ao mesmo período de 2010. Campo Grande representa cerca de 25% das ocorrências.

O Estado está acima da média nacional de acidentes. Para a SRT, os dados chamam a atenção para a necessidade de medidas emergências com o objetivo de evitar que os números alcancem percentuais ainda maiores em 2012.

O levantamento da SRT revela que o setor da pecuária é o com mais número de acidentes de trabalho, sendo 1.183 no ano de 2009 – 413 destes aconteceram na criação de gado. A estatística do mesmo ano destaca outros quatro setores com maior número de acidentes: Frigoríficos – 1809, Construção Civil – 820, Sucroalcooleiro - 581 e saúde – 538.

Apesar de não ser o setor com mais vítimas, os trabalhadores da construção civil estão entre os acidentes mais graves.

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