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Cidades

Réu nega relação com PCC e assume assassinato de Maksoud

Redação | 30/04/2008 10:33

Edmilson dos Santos Pires, 41 anos, um dos acusados de envolvimento no assassinato do advogado Willian Maksoud, ocorrido em abril de 2006, confessou durante o julgamento dele, que foi o mandante do crime. Ele negou que seja integrante do PCC e por isso descarta que a facção criminosa tenha relação com o crime.

O julgamento estava marcado para começar às 8 horas, mas só teve início por volta de 9 horas, cerca de meia-hora depois que o réu chegou no Fórum. A segurança é feita por 10 agentes penitenciários federais, já que Edmilson está preso desde agosto de 2006 na Penitenciária Federal de Catanduvas, Paraná.

Edmilson relatou ao juiz Aluízio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, que mandou matar o criminalista porque o advogado teria encomendado a morte dele. Disse ainda que tinha medo de Maksoud, já que era uma pessoa conhecida na sociedade. Declarou que a versão de que o PCC tenha encomendado o crime não é verdade.

O réu contou que conhecia Maksoud porque o mesmo já havia sido vereador e também por ser advogado. Relatou que havia pagado R$ 20 mil para o criminalista o defender em uma causa, mas Maksoud não quis mais atuar como defesa no caso e passou a ser assistente de acusação.

Segundo relato de Edmilson, após deixar a causa, Maksoud ligou para um grupo de presos do Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande, onde esteve preso, e ofereceu R$ 200 mil para que Edmilson fosse morto.

Conforme o réu, passado cerca de quatro meses, este grupo foi transferido para São Paulo e Maksoud ofereceu a mesma quantia a um outro grupo que foi levado para Dourados.

Na versão do acusado, alguns dias depois, dois amigos dele tiveram um atendimento com o advogado, que perguntou se Edmilson teria coragem de mata-lo, sendo que ambos responderam que sim.

Alguns dias depois, Edson Ferreira, o Rato, já condenado pelo crime, saiu por alvará de soltura do mesmo presídio onde Edmilson estava e ligou para ele, falando que não tinha residência para ficar.

Edmilson então ofereceu a casa do irmão Eliel dos Santos Pires, mas em troca Edson teria que matar Maksoud. Edson aceitou e alguns dias depois o advogado morreu. Edmilson disse que Edson comprou a arma usada no crime e mais outras, e uma granada, com R$ 2 mil dados por ele e que o irmão, também já condenado pelo crime, não sabia do caso.

O réu disse que mandou o irmão sair da casa e deixar a moto, que ele alegou que foi ligada com uma chave mixa. Declarou ainda que Eliel só ficou sabendo do crime quando foi visita-lo no presídio, no dia do crime. Edmilson disse que por celular ouviu os tiros disparados no advogado e que neste momento Eliel participava de um culto na unidade.

Sobre o uso chave micha, o MPE (Ministério Público Estadual) disse que a perícia constatou que não houve arrombamento do veículo.

A sentença de Edmilson, que já é condenado a cerca de 32 anos de prisão por dois homicídios e formação de quadrilha, sairá após testemunhas falarem, debate entre defesa e acusação e votação dos sete juízes.

Quando os juizes eram sorteados, Edmilson olhava para cada um deles. Em alguns casos até sorria ironicamente.

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