Sem cerol, estudantes aprendem a fazer e a soltar pipas
Estudantes da Escola Municipal Ana Lúcia de Oliveira Batista, no bairro Paulo Coelho Machado, em Campo Grande, tiveram uma aula diferente na semana passada.
Cerca de 500 alunos aprenderam a confeccionar e a soltar pipas e também receberam orientações sobre o uso do cerol na brincadeira.
A diretora-adjunta da escola Elaine Silvia da Cruz Vieira, 28 anos, explica que a atividade integra a programação da Semana da Criança e foi planejada no início do ano, quando foram registrados diversos acidentes provocados pelo cerol, na Capital.
Segundo Elaine, pela manhã os estudantes assistiram a uma palestra com o Corpo de Bombeiros e também ouviram relatos de uma moradora que tem uma cicatriz em um dos dedos causada por um acidente com cerol.
A professora de educação física, Rosimeire França, 33 anos, diz que a iniciativa de fazer uma atividade de conscientização sobre o cerol, partiu dos professores da mesma disciplina que a dela, após verificarem que muitos alunos têm como rotina soltar pipas.
"Eles já têm essa vivência fora da escola. Então, por isso, é importante ensinar a maneira certa", disse Rosimeire.
Em turmas, os estudantes iam para o pátio da escola e aprendiam a confeccionar as pipas. Depois seguiam para uma área de gramado, aberta, para solta-las.
Quando a equipe do Campo Grande News esteve na escola, cerca de 200 crianças participavam da atividade, que teve a "participação especial" de crianças do bairro.
Ao ver a revoada de pipas, crianças do bairro, que não estudam na escola, também começaram a soltar e um colorido era visto no céu.
Júlia Pereira, cinco anos, teve ajuda de monitores para confeccionar a pipa dela. Ela disse que gostou e que era a primeira vez que soltava pipa.
Já Everton Felipe Borba, 10 anos, solta pipa todo fim de semana no bairro onde mora, no Jardim Bálsamo, e conta que aprendeu na escola a não usar o cerol.
Maryana Martins Ribeiro, nove anos, conta que aprendeu que não pode usar o cerol e que não pode soltar pipa perto de fios de energia elétrica.
Soltar pipas é a brincadeira preferida de Marcos Vinicius, seis anos, que gostou do dia diferente na escola. "Prefiro soltar pipas do que jogar a bola", disse.