ACOMPANHE-NOS     Campo Grande News no Facebook Campo Grande News no Twitter Campo Grande News no Instagram
ABRIL, TERÇA  23    CAMPO GRANDE 22º

Cidades

Sem nomes nas ruas, moradores improvisam mapa de bairro

Redação | 19/04/2010 17:24

Com poucas placas indicando os nomes das ruas e sem aparecer nas listas telefônicas, moradores do bairro Nova Esperança, em Campo Grande, têm que recorrer a mapas improvisados e a pontos de referência para serem encontrados.

Segundo eles, apesar de estar próximo do Centro e de locais conhecidos como o Estádio Guanandizão, o quadrilátero de cerca de cinco quadras que forma o bairro foi esquecido.

Na tentativa de amenizar a situação dos entregadores e visitantes que vão ao local, o funcionário de um mercado, Rodnei Carlos Nascimento, de 33 anos, improvisou um mapa que construiu com base nas informações de moradores.

"Eu ia perguntando o nome da rua onde a pessoa mora e anotando aqui", diz orgulhoso com o pedaço de papel. Ele conta que os carteiros mais experientes e que conhecem o bairro consegue se localizar, mas os novos ficam em uma situação complicada. "Aqui a turma quase não acha as ruas", diz.

Morador do bairro há cerca de 20 anos, o churrasqueiro Rogério Rezende de Souza, de 23 anos, fala da dificuldade de dar o endereço para quem vai à sua casa. "Nova Esperança ninguém sabe onde é, tenho que falar da UFMS para a pessoa se localizar, mas nem é perto", explica.

Segundo ele, o local ainda não conseguiu reconhecimento de vila e ainda é tratado como chácara. "Aqui é chamado até de Rocinha", revela.

No bairro, não há asfalto e as casas ainda não possuem documento, apenas um título provisório, afirma a dona-de-casa Isabel de Oliveira, de 43 anos.

Ela reclama que a rua da sua casa, Antônio de Souza Júnior, é "morta" porque começa em uma casa e termina em uma rua pouco utilizada. "Supermercado e 'gaizeiro' é a maior dificuldade para entregar a compra. Tem que ficar dando ponto de referência e eles não encontram", declara.

O entregador de açougue José Pereira, de 57 anos, ressalta que a falta de nomes nas ruas dificulta e atrasa o trabalho. "Você tem que ficar procurando", ressalta.

Apesar dos imóveis não terem documentação regularizada, o bairro conta com energia elétrica, água encanada e rede de esgoto, dizem os moradores.

Para eles, a falta de nome nas ruas e de inclusão no mapa gera transtornos diários, mas é apenas um reflexo da situação de "esquecimento" em que se encontra o bairro.

"Aqui é tão pertinho do centro e nós não temos benfeitorias de nada", observa a auxiliar de serviços gerais Maria Madalena Alfredo, de 47 anos.

Nos siga no Google Notícias