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Cidades

Sem o autor, perícia simula dia da morte de Rogerinho

Redação | 29/11/2009 09:58

Tio e avô do garoto Rogério Mendonça, morto aos 2 anos, vítima de uma briga de trânsito, participaram hoje de uma simulação dos momentos que antecederam o crime, até o menino ser baleado, no centro de Campo Grande.

O trecho de 4 quarteirões da avenida Mato Grosso, onde tudo aconteceu, foi fechado por volta das 8h, para que a Polícia reproduzisse passo a passo o crime, mas contemplou apenas a versão da família do garoto e de algumas testemunhas.

O trabalho foi para produzir um laudo técnico da confusão que levou Rogerinho à morte, desde o encontro do veículo da família com o do jornalista Agnaldo Gonçalves, no semáforo da avenida Ernesto Geisel, até o momento dos 4 tiros, na esquina da Rui Barbosa com a Mato Grosso.

O autor do disparo que matou o menino não compareceu. Agnaldo, de 62 anos, está preso no Instituto Penal de Campo Grande, e segundo o delegado Márcio Custódio era "inviável" a participação dele, por conta "da ordem pública".

"Nós usamos o depoimento dele para fazer a reconstituição", justificou, apesar de para quem assistiu as cenas ficar evidente que apenas a versão do tio foi contemplada durante a simulação.

Faltaram à reprodução detalhes apontados por Agnaldo como justificativa para os tiros, como o fato de Aldemir ter fechado o Fox dirigido pelo autor, o que segundo o jornalista ocorreu por três vezes.

Mesmo sem o contraponto da defesa de Agnaldo, por mais de duas horas trabalharam na avenida a equipe de perícia da Polícia Civil, com apoio até do Garras (Grupo Armado de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros), com pelo menos 10 viaturas envolvidas.

Tudo de novo - O tio de Rogerinho, Aldemir Pedra, de 22 anos, e o avô João Afonso Pedra, de 52, entraram na camionete L-200, envolvida na confusão, por volta das 8h, o tio ao volante, o avô no banco de passageiros e um boneco no lugar de Rogerinho.

Na versão simulada hoje pela Polícia, a camionete estava parada no semáforo da avenida Ernesto Geisel com a Mato Grosso, seguindo em direção à Calógeras.

Agnaldo estava atrás da L-200, que teria demorado para sair do semáforo. Segundo Aldemir, essa "pequena" demora foi o que desencadeou toda a briga.

A versão da defesa é completamente diferente, indica que a camionete tentava fazer uma conversão irregular, por isso Agnaldo diz que ficou irritado e na sequência discutiu com o tio do menino.

Um quarteirão depois, no calor da briga, Aldemir parou no estacionamento do canteiro da Mato Grosso, e Agnaldo no meio-fio, do outro lado da avenida, na altura do curso preparatório Neon. Neste momento, ambas as versões atestam que os dois desceram dos veículos e começou o bate-boca.

Na simulação de hoje, o policial escalado para representar Agnaldo na cena, ficou em pé ao lado do Fox. Aldemir desceu da camionete e atravessou a rua para ir até o jornalista.

Os dois começaram a discutir e, segundo o tio, Agnaldo "colocou o dedo na cara" dele. Aldemir teria então reagido com um tapa no dedo do jornalista, que "ficava repetindo que era da imprensa", relatou o tio.

Ao ver o bate-boca, o avô teria ido até os dois e pedido para ambos seguissem caminho. Na simulação, João Afonso Pedra chegou a dar um tapinha nas costas de Agnaldo, reproduzindo o que garante ter feito no dia do crime.

Nesse instante da simulação, o Pálio e o Gol que depois presenciaram os momentos dos disparos, cruzaram entre o Fox e a L-200, rumo ao semáforo da Rui Barbosa, e pararam mais a frente com o sinal vermelho.

Agnaldo e Aldemir também entraram nos veículos e saíram, primeiro a camionete, depois o Fox. Poucos metros a frente emparelharam e, quase na esquina da Rui Barbosa, Agnaldo começou a atirar.

Como estava do lado direito da camionete, o do passageiro, Agnaldo disparou contra a L-200 e acertou primeiro o avô, no maxilar. Rogerinho, curioso diante da confusão, estava no vidro do banco traseiro, em pé

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