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Cidades

Sem-terra que bloquearam rodovia têm lista de 14 reivindicações

Elverson Cardozo | 22/08/2012 21:57
Maria Catarino Macedo (à direita) mora no acampamento “União da Vitória”. (Foto: Minamar Junior)
Maria Catarino Macedo (à direita) mora no acampamento “União da Vitória”. (Foto: Minamar Junior)

Os trabalhadores sem-terra que bloquearam a rodovia MS-060 na manhã desta quarta-feira (22), entre Campo Grande e Sidrolândia, apresentaram 14 motivos para a mobilização. O principal é a reivindicação de terras, mas há pedido de novas aquisições para assentamento e proibição de desapropriações, por exemplo.

A lista da “Luta Pela Terra”, entregue aos motoristas, elenca uma séria de reivindicações, entre elas a liberação de lonas plásticas para atender famílias rurais acampadas que estão aguardando o atendimento do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), liberação das áreas que estão fora do perímetro de ampliação das aldeias indígenas e implantações de unidades e instalação de postos avançados do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) nos municípios onde não existem o órgão.

Mas a principal reivindicação é por terra. A categoria, segundo o documento, está se sentindo prejudicada com a paralisação do Incra em Mato Grosso do Sul. Segundo os trabalhadores, a situação está impedindo a verificação da produtividade e avaliação para aquisição de imóveis rurais.

Maria Catarino Macedo, de 37 anos, participou do bloqueio hoje e diz que a luta “não é pela cesta básica do governo”, com algumas pessoas pensam. “A gente quer terra para plantar”, disse. Maria é de Glória de Dourados, mas mora há 3 anos no acampamento “União da Vitória”, na divisa entre o perímetro urbano de Campo Grande e Sidrolândia, região da “lagoinha”.

A amiga, Neuza de Medeiros, de 51 anos, chegou à localidade no mesmo período e também luta por um espaço. Ela diz ter consciência de que o bloqueio prejudica muita gente, mas acredita que a mobilização é a única maneira de chamar a atenção das autoridades. “Hoje só não mandaram a política de choque porque é época de política”, destacou.

Moradores de aproximadamente oito acampamentos participaram do bloqueio hoje pela manhã (Foto: Minamar Junior)
Moradores de aproximadamente oito acampamentos participaram do bloqueio hoje pela manhã (Foto: Minamar Junior)

Bloqueio – Cerca de 300 trabalhadores sem-terra bloquearam a MS-060, altura do quilômetro 382, em Campo Grande, na manhã desta quarta-feira. O protesto - parte de uma mobilização estadual pela reforma agrária - começou às 6h30 e terminou antes do meio-dia.

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual (PRE), o trânsito na MS-060 ficou congestionado por aproximadamente 12 quilômetros.

A manifestação, pacífica, se estendeu até Sidrolândia, onde trabalhadores fizeram uma manifestação em frente ao Banco do Brasil e INSS. O bloqueio já havia sido anunciado na última segunda-feira pela Fetagri-MS (Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Mato Grosso do Sul), que resolveu protestar contra a demora no assentamento de 17 mil famílias no Estado.

Dados da federação apontam que, além das 17 mil que estão acampadas no Estado, mais 12 mil estão cadastradas na lista de esperada do Incra.

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