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Cidades

Senadores paraguaios culpam Brasil por insegurança

Redação | 30/04/2010 09:11

Os senadores paraguaios pretendem pressionar o presidente Luis Inácio Lula da Silva para reforçar a segurança na fronteira, com a presença de mais militares. Lula tem encontro com o presidente paraguaio, Fernando Lugo, na segunda-feira, em Ponta Porã.

A iniciativa foi do senador Robert Acevedo, vítima de atentado no início desta semana, e que deixou ontem o hospital. Ele procurou outros senadores para elaborar um documento no qual exigirão medidas mais duras por parte do Brasil na fronteira entre os dois países.

A intenção dos senadores em culpar o Brasil pela situação não faz sentido para o delegado da Polícia Civil, Claudineis Galinari, titular da delegacia regional de Ponta Porã: "No nosso lado (brasileiro), nós seguramos a criminalidade, o problema é no Paraguai", rebate.

Acevedo disse ao jornal O Globo que o crime organizado age impunemente na fronteira: "Precisamos de medidas mais duras por parte do Brasil, de mais militares na fronteira. O que está acontecendo aqui no Paraguai é que os narcotraficantes estão se organizando em consórcios. Eles acertam até os valores para liquidar uma pessoa", alerta.

Na reportagem, o senador diz que os pistoleiros receberiam US$ 300 mil dólares por sua morte. Os criminosos acertaram 32 tiros no carro do parlamentar. O segurança e o motorista que estavam com ele foram mortos e Acevedo foi atingido no braço de raspão.

A suspeita recai sobre um grupo de criminosos que incluiria brasileiros. A pedido do governo paraguaio, a Polícia Federal ajuda nas investigações.

Quatro brasileiros foram detidos suspeitos de estarem ligados ao caso. A polícia investiga se dois deles, que têm antecedentes criminais, teriam, de fato, responsabilidade sobre o atentado. Além disso, Daniel dos Santos e Josué dos Santos, presos anteontem quando entravam no país sem documentos, também foram levados para o presídio.

A PF teria informações de que seis brasileiros foram presos por suspeita de envolvimento no atentado. Levantamento do serviço de inteligência mostra que os seis já tiveram problemas com a polícia brasileira por tráfico de drogas e furto de carros, entre outros crimes.

De acordo com a reportagem de O Globo, um relatório confidencial sobre as investigações envolvendo brasileiros deverá ser encaminhado a Lula. Ontem, o presidente comandou reunião preparatória do encontro.

Fronteira - Nas redondezas de Pedro Juan Caballero estariam grandes plantações de boa parte da maconha que é exportada para o mercado brasileiro da droga. O governo do Paraguai colocou parte do país em estado de exceção por 30 dias, para combater os guerrilheiros do EPP (Exército do Povo Paraguaio), que nos últimos meses invadiu fazendas e promoveu chacinas.

A fiscalização na fronteira seca é limitada, mas diversas corporações atuam na região para frear o tráfico de armas e drogas.

Galinari, que é responsável por uma área de mais de 300 quilômetros de fronteira e nove municípios diz que a situação já foi pior, mas a cooperação entre agências e policias auxilia na segurança: "A polícia civil e a militar trabalham juntas na região e também há o DOF (Departamento de Operações de Fronteira). Temos um excelente relacionamento com a PF também", ressalta.

O efetivo da polícia civil na região é de 116 homens, que são equipados com pistolas .40 , sub-metralhadoras 9mm e escopetas calibre 12 no combate ao crime. Recentemente, foi implantado o setor de inteligência na delegacia regional, operação fundamental para apreensões de drogas, cita o delegado.

"A instalação do setor de inteligência é essencial na área de fronteira. Nossa situação já foi deficitária, mas hoje se aproxima da ideal", comenta.

A presença do Exército paraguaio em Pedro Juan Caballero diminuiu as ocorrências na área de fronteira, dividida pela avenida Brasil.

"O reforço na segurança tem de vir dos paraguaios, não entendi essa manifestações dos senadores", questiona o delegado.

Operação Sentinela

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