Setor imobiliário pode ter regulação em Campo Grande
A suposta "venda casada" de imóveis voltou a ser assunto nesta quinta-feira em reunião entre deputados estaduais, Procon, Sindicato da Habitação e Conselho dos Corretores de Imóveis. Em agosto deste ano, o Campo Grande News denunciou que construtoras de outros Estados estavam obrigando os clientes a contratar serviços de corretagem de empresas exclusivas.
Em reunião na tarde de hoje, o deputado estadual Paulo Corrêa (PR) cobrou um "pacto" entre o Procon e o setor imobiliário, para garantir os direitos dos consumidores.
Para o superintendente do Procon, Lamartine Ribeiro, o crescimento do setor imobiliário, com a chegada de empresas de outros Estados e até internacionais, reflete no aumento de denúncias de práticas abusivas. "Além disso, muitos desses supostos profissionais recebem o dinheiro e somem, lesando os consumidores", complementa Lamartine.
Na primeira reunião, realizada em 12 de agosto, as construtoras e imobiliárias se comprometeram a mudar os contratos. Pela nova prática que seria formalizada por meio de TAC, as empresas passariam a cobrar um valor de entrada, que seria destinada ao custeio dos serviços de corretagem. Assim a responsabilidade de pagar o corretor é da construtora, e não do cliente.
Na avaliação do vice-presidente do Secovi (Sindicato da Habitação), Geraldo Barbosa de Paiva, a chegada de outras empresas desestimula o mercado de trabalho. "Normalmente, as construtoras de fora trabalhavam com empresas e mão de obra local, mas agora estão trazendo equipes de fora e muitas agem de má-fé; pegam o dinheiro e vão embora", alertou Paiva.
Os representantes das entidades voltarão a se reunir, em data a ser definida, para elaborar um documento com as propostas de regulação do mercado imobiliário no Estado. A reunião teve participação do conselheiro federal do Cofeci (Conselho Federal de Corretores de Imóveis) e do deputado estadual Carlos Marun (PMDB).