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Cidades

Silêncio dos bancos amplia greve nacional, afirma confederação dos bancários

Vinícius Squinelo | 05/10/2011 09:01

A Contraf (Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), entidade ligada a CUT (Central Única dos Trabalhadores), emitiu um comunicado criticando o posicionamento dos bancos durante a greve dos bancários, deflagrada no último dia 27.

Segundo a Contraf, o silêncio dos bancos aumenta a adesão dos bancários à paralisação, e afasta uma possibilidade de entendimento entre bancos e bancários.

A nota também critica o índice de 8% de reajuste oferecido pelos bancos, o que, segundo a Contraf, representaria somente 0,56% de aumento real aos bancários.

A greve teve grande adesão praticamente em todas as regiões de Mato Grosso do Sul, com exceção a Ponta Porã. Em Campo Grande, por exemplo, por volta de 76% das agências bancárias permanecem fechadas, e 80% dos bancários estão paralisados.

Veja a nota da Confederação na Íntegra:

“Os bancos estão agindo de forma irresponsável ao permanecerem em silêncio e ignorarem a disposição dos bancários para retomar o processo de negociações. Essa postura das instituições financeiras irá ampliar ainda mais a greve nacional da categoria, que completou nesta terça-feira (4) oito dias de paralisações em bancos públicos e privados em todos os 26 estados e no Distrito Federal.

Desde segunda-feira (3), o Comando Nacional dos Bancários esteve reunido em São Paulo avaliando a paralisação, o que foi amplamente divulgado pela imprensa. A Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) também enviou uma carta à Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), comunicando que os integrantes do Comando Nacional estavam de plantão, na capital paulista, aguardando a retomada das negociações.

No documento, foi cobrado o compromisso público assumido pela Fenaban em pronunciamento divulgado na última quinta-feira, dia 29 de setembro, onde promete "disposição em dar continuidade às negociações com as representações dos bancários". Entretanto, nenhuma negociação foi marcada até agora, contradizendo o discurso dos bancos para os bancários, os clientes e a sociedade brasileira.

A intransigência dos bancos aumenta ainda mais a insatisfação da categoria e incentiva o crescimento da greve em todo Brasil. Os bancários rejeitaram o reajuste de 8%, que representa apenas 0,56% de aumento real, e reivindicam 12,8% (5% de aumento real mais inflação do período), valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, combate ao assédio moral, fim das metas abusivas, mais segurança, igualdade de oportunidades, melhoria do atendimento aos clientes e inclusão bancária sem precarização, dentre outros itens.

As reivindicações são justas, principalmente em face dos lucros estrondosos dos bancos nos últimos anos. Somente nos primeiros seis meses de 2011, as maiores instituições acumularam R$ 27,4 bilhões. É um dos setores mais rentáveis de economia e tem a obrigação de valorizar seus funcionários, gerar empregos, distribuir renda e contribuir para o desenvolvimento do país.

Os bancários reiteram que permanecem abertos ao diálogo e manifestam a disposição para a retomada imediata das negociações com a apresentação pelos bancos de uma proposta decente que venha a atender as reivindicações da categoria.

A culpa da greve é dos bancos. Os bancários querem respeito, dignidade e compromisso com o Brasil e os brasileiros.”

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