Sindicato diz que não foi notificado para terminar greve
Apesar de a Justiça decretar a ilegalidade da greve dos funcionários da Saúde e estipular multa de R$ 8 mil contra o Sintss (Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social no Mato Grosso do Sul), o presidente do sindicato, Júlio César das Neves disse que ainda não foi notificado e que o movimento continua agora à tarde.
A decisão do juiz Marcos José de Brito Rodrigues declara a greve ilegal e suspende a paralisação considerando a essencialidade do serviço de saúde e a importância do Hospital Regional para todo o Estado, tanto em cirurgias como atendimento geral.
Neves disse que não pode tomar decisões baseado apenas na imprensa oficial do governo e que assim que for notificado, a assessoria jurídica do sindicato irá se pronunciar. "Ainda não foi oficializado, não fomos notificados. Só sabemos o que saiu na imprensa oficial do governo e não vou ser notificado por eles", ressaltou.
Na decisão, o juiz conclui que os 30% de servidores que estavam trabalhando não são suficientes para atender a demanda de atendimento do hospital e "Relegar o atendimento a casos de urgência ou a internados em unidade de tratamento intensivo, pode significar a expedição do passaporte para a morte, o que não é admissível nos dias de hoje, quando é sabido que a população que recolhe seus impostos não pode ser sacrificada por movimentos que, no mais das vezes, apesar de justos, não se preocupam com o resultado que possa advir de sua paralisação".
O juiz destaca ainda o fato do Estado de Mato Grosso do Sul atravessar uma epidemia de dengue o que, na opinião dele, mais uma vez justifica a necessidade de se ter maior cautela no encaminhamento da solução da pretensão dos funcionários do Hospital.
De acordo com o site de noticias do governo (www.noticias.ms.gov.br), a direção do Hospital Regional informou que a decisão judicial já foi comunicada aos servidores desde o início da manhã deste sábado e todos devem retornar ao trabalho nas próximas horas. A direção do hospital afirmou que mesmo com a paralisação não houve nenhum prejuízo à população bem como aos pacientes internados.
Hoje de manhã, o diretor da Funsau (Fundação Serviços de Saúde), Ronaldo Queiroz, disse que a situação é tranqüila e que desde a expedição da decisão judicial acontece uma mobilização da direção para, em contato com todas as escalas, comunicar sobre a decisão para que retornem às suas funções e a expectativa é que todas as escalas estejam completas até o final do dia.
Já Neves disse que o movimento grevista continua na frente do hospital durante a tarde, realizando manifestações.