Sobrecarga compromete atendimento, alegam Conselhos
Na tarde desta terça-feira (9), cinco famílias aguardavam atendimento no Conselho Tutelar Norte de Campo Grande, localizado no Centro Integrado de Proteção a Criança e ao Adolescente, no Bairro Aero Rancho.
O volume de atendimentos diários, que incluem visitas e apuração de denúncias, é considerado já "normal" pelos conselheiros. Mas revela a sobrecarga de trabalho pela qual os profissionais estão sujeitos. Anualmente, os conselhos registram uma média de 13 mil atendimentos.
"Olha, aqui é realmente muito corrido. A gente não para. Mas é assim mesmo", revela uma das conselheiras que não quis se identificar.
O único que aceitou falar, o motorista do Conselho Tutelar Sul, José Maria, de 59 anos, diz que é "difícil ficar parado aqui. Fico o tempo todo na rua".
Dizendo ainda estarem abalados pela morte da menina Rafaela, cujo caso chegou a ser atendido pelos Conselho Norte, os conselheiros evitam falar com a imprensa.
"Todo mundo ficou chocado. Eles atenderam a família, levaram as informações ao conhecimento da Polícia. Mas se o juiz fala que não pode tirar a guarda sem motivos concretos, eles não podem fazer nada", argumenta o motorista.
A criança esteve por três vezes no órgão apenas no mês passado, para que fosse averiguada suspeita de maus-tratos. Marcas em seu corpo denunciavam as agressões. Segundo os conselheiros, o IMOL (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) afirmou que o exame de corpo de delito não poderia especificar e provar as agressões.
"A mãe esteve aqui com a menina. Elas ficavam o tempo todo abraçadas. Perguntei se o machucadinho na testa estava doendo e como aconteceu e ela me falou que estava sarando e que tinha caído da cama", relembra José Maria.
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