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Cidades

Suspensão de andadores causa polêmica e divide mães e médicos

Mariana Lopes | 09/12/2013 18:05
Com 11 meses, Pedro usa andador para estimular os primeiros passinhos (Foto: Arquivo pessoal)
Com 11 meses, Pedro usa andador para estimular os primeiros passinhos (Foto: Arquivo pessoal)

A decisão liminar da Justiça do Rio Grande do Sul, que suspendeu a comercialização de andadores para bebês, gerou polêmica entre mães, pediatras e até comerciantes. O produto deve ser retirado de circulação nas lojas de todo o Brasil.

A justificativa é de que o equipamento coloca crianças em risco de acidentes graves, inclusive com morte. A pediatra Ana Carolina Nasser aprovou a decisão e até pontua que a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) contraindica o uso do andador.

“Não é só questão de deformidade óssea, mas também expõe a criança a risco de fratura de fêmur, trauma craniano, e não tendo o produto a venda, ele cai em desuso”, ressalta a médica.

Mesmo o índice de mortes provocadas por acidentes com andador sendo baixo, a pediatra destaca o risco e afirma que o melhor método é o incentivo dos pais ajudando a criança no processo dos primeiros passos.

“A mãe tem que pegar na mão, ensinar, estimular, tudo isso é importante”, enfatiza Ana Nasser. Segundo a pediatra, a idade considerada normal para a criança começar a andar é 12 meses. Os pais devem começar a se preocupar caso os filhos não andem até os 15 meses. Nestes casos, então, o médico deve ser procurado.

Mas entre muitas mamães, o andador foi importante na hora de incentivar os passos iniciais dos filhos, e quem usou garante que não se arrepende. A dona de casa Cibele Silva Carvalho, 31 anos, usou com os dois filhos, Vitória, hoje com 5 anos, e Pedro, de 11 meses.

“Sempre tive cuidados básicos, nunca deixei perto de piscina, nem em lugares muito inclinados, só coloco em local plano, pois tenho medo de virar”, afirma Cibele. No processo dos filhos dela, a dona de casa acredita que foi bom porque deu mais liberdade aos filhos.

João Vitor usou o andador por mais ou menos um mês, só para "criar confiança" (Foto: Arquivo pessoal)
João Vitor usou o andador por mais ou menos um mês, só para "criar confiança" (Foto: Arquivo pessoal)

Para a funcionária pública Raquel Reina Dauzacker Lima, 28, o andador ajudou o filho a adquirir confiança para dar os primeiros passinhos. “Eu evitei no início porque os pediatras não recomendam e há perigo de queda, mas como achei que estava demorando para ele andar, resolvi usar o andador”, comenta.

Ela conta que passou a utilizar o aparelho quando João Vitor tinha quase 1 ano. “Mas eu usei por pouco tempo, mais ou menos um mês. Quando percebi que ele estava mais confiante, abandonei o andador”, afirma a mãe.

Mas o cuidado enquanto a criança estava no aparelho sempre foram grandes. “Ele só usava sob a supervisão de alguém”, ressalta Raquel. Hoje, João Vitor está com 2 ano e 3 meses, e chega a dar canseira nos pais de tão serelepe.

Comércio – Nas lojas especializadas, a preocupação agora é com o que fazer com os produtos que estão nas vitrines. Em um ano, quando saiu a primeira notícia de que a comercialização poderia ser suspensa, a venda do andador caiu aproximadamente 40%, segundo o comerciante Omar El Akara.

Ele afirma que o produto sempre teve boa saída na loja dele, especializada em roupas e acessórios infantis, mas que nos últimos meses a procura foi baixa. Contudo, o andador teve reajuste, em 2013, de 6% no peço de venda.

Omar afirma que, diante da suspensão de comercialização do andador, tentará negociação com os fabricantes para retirar os produtos das lojas e trocar por outros. No estoque dele, há aproximadamente 30 andadores. O preço varia de R$ 129 a R$ 269.

No comércio, venda de andadores diminuiu aproximadamente 40% (Foto: João Garrigó)
No comércio, venda de andadores diminuiu aproximadamente 40% (Foto: João Garrigó)
O preço dos andadores varia de R$ 129 a R$ 269 (Foto: João Garrigó)
O preço dos andadores varia de R$ 129 a R$ 269 (Foto: João Garrigó)
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