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Cidades

Trabalhador usa criatividade para driblar frio intenso de -4º C na Capital

Viviane Oliveira | 24/07/2013 17:34
Márcio usa a criatividade para driblar o frio. (Foto: Marcos Ermínio)
Márcio usa a criatividade para driblar o frio. (Foto: Marcos Ermínio)

Quem não tem alternativa e precisa trabalhar na rua para garantir o ganha pão, aposta na criatividade para driblar o frio recorde deste ano em Campo Grande. Nesta quarta-feira (24), por exemplo, a mínima registrada na madrugada foi de 5ºC, mas com sensação térmica de 4ºC negativos.

Sem ter para onde correr, ou melhor, se esquentar, o campo-grandense dá um jeitinho para suportar o frio, que junto com ele aparecem as alergias, tosse, nariz entupido, coceiras, coriza e dores de cabeça e nos ossos, principalmente aqueles que ficam expostos ao vento o dia todo.

Como é o caso de Márcio Silva Guerrise, 38 anos, que há um ano e meio trabalha de fiscal no Pegue Fácil na rua 15 de Novembro. Além de 4 blusas de frio, duas calças, duas meias, luvas e toucas, o fiscal apela para as sacolinhas de plástico nos pés para suportar os dias de inverno intenso.

“A gente tem que ficar perto da catraca para auxiliar as pessoas que embarcam nos ônibus, por conta disso é inevitável se esconder do vento. O frio que senti ontem e hoje eu não desejo para ninguém,” conta Márcio, que começa a trabalhar às 6h e só para as 15h.

Segundo o fiscal, o mais interessante é o carinho das pessoas que passam todos os dias pelo local. “A maioria quer confortar dizendo que vai pedir na novena para melhorar o clima, outros dão alguma coisa, como bala, chiclete”, afirma.

Já a agente de fiscalização da Flex Park Jorciane de Souza, de 25 anos, dá uma escapada e tenta se aquecer dentro das lojas tomando um cafezinho, mas logo tem que voltar para o batente. “As mãos ficam dura e o vento que bate no rosto é terrível”, reclama Jorciane, dizendo que em Ladário, cidade onde morava até pouco tempo, também faz muito frio.

Na profissão há 12 anos, o mototaxista, Roberto Correia Malvas, 40 anos, ainda não se acostumou com o vento frio, que piora, ao pilotar a moto. “O ruim é que começa a doer as pernas, os pés e as mãos”, reclama ainda que neste período as corridas diminuem 40%.

Procurando um solzinho para se aquecer na rua 14 de Julho com a avenida Afonso Pena, a vendedora ambulante Leomar de Oliveira, 50 anos, conta que ao se encolher por sentir frio, acaba sentindo muitas dores nos ossos, na coluna e cabeça.

“Não vou deixar de trabalhar por causa do inverno, mas eu prefiro a trabalhar debaixo de sol quente”, afirma, acrescentando que para driblar o frio toma antes de dormir leite quente com canela e açúcar queimado.

Segundo o meteorologista Natálio Abraão Filho, da Uniderp Anhanguera, a partir de amanhã as temperaturas começam a subir e o frio volta no começo de agosto.

Apesar do frio, Leomar não deixa de ir trabalhar todos os dias. (Foto: Marcos Ermínio)
Apesar do frio, Leomar não deixa de ir trabalhar todos os dias. (Foto: Marcos Ermínio)
Roberto reclama que além do frio, as corridas diminuem em 40%. (Foto: Marcos Ermínio)
Roberto reclama que além do frio, as corridas diminuem em 40%. (Foto: Marcos Ermínio)
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