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Cidades

Travestis realizam encontro regional por "oportunidades"

Redação | 26/06/2009 18:09

A garantia constitucional da educação e a inserção no mercado de trabalho são apontadas pelos travestis e transexuais de Mato Grosso do Sul como as principais barreiras a serem transpostas pela classe.

Estes e outros assuntos, como segurança, saúde, previdência,direitos humanos, igualdade racial e de gênero e assistência social são discutidos durante o V Encontro Regional de Travestis e Transexuais da Região Centro-Oeste, que acontece de 24 a 28 de junho em Campo Grande. Uma mostra da organização do grupo.

De acordo com a presidente da ATMS (Associação das Travestis de Mato Grosso do Sul), Cris Stephany, se manter na escola, mesmo com todo o preconceito sofrido, é o maior desafio do momento.

Principalmente porque, sem instrução, fica praticamente impossível garantir um emprego digno e fugir da prostituição, atividade que a maioria destas pessoas acaba exercendo.

"A exclusão social, o preconceito, a violência e a não inclusão do mercado de trabalho resulta na questão de que as travestis acabem vivendo somente da prostituição, sem que seja um cidadão por completo", alerta Cris.

A presidente da associação alerta que hoje não é possível encontrar travestis trabalhando em lojas e consultórios, como atendentes, mesmo tendo, muitas vezes, um currículo melhor do que de um heterossexual.

"Hoje você só vê travesti trabalhando de cabeleireira, como profissional do sexo ou às vezes como enfermeira concursada, por exemplo. Mas só 1% das travestis conseguem um trabalho formal, fora das ruas", detalhou Cris.

Ela lembra que para conseguir passar em um concurso público, as travestis precisam de boa escolaridade, mas isso é quase impossível obter com o preconceito que sofrem dentro de sala de aula.

"São ignoradas, enxotadas, mal tratadas, e acabam desistindo de estudar. A maioria não passa da quarta série, tudo isso faz com que a pessoa se sinta um patinho feio e saia da escola", afirmou, lembrando que a educação é um direito constitucional de todo cidadão e que o travesti paga impostos ao governo como qualquer outra pessoa.

Recentemente, houve uma polêmica, envolvendo o uso do banheiro feminino pelas travestis em escolas públicas do Estado.

Primeiro, a Secretaria de Educação autorizou o uso. Em seguida, com a polêmica em torno do assunto, o órgão recuou alegando que houve um "lapso" no comunicado que autorizava o uso do banheiro das mulheres.

Outro problema, relativo à falta de oportunidades para trabalhar formalmente é a previdência. Sem carteira assinada, as travestis não conseguem se aposentar, outro problema social enfrentado pela classe.

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