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Cidades

UFGD comemora 5 anos com disputas e brigas históricas

Redação | 29/07/2010 18:15

A UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados) comemora cinco anos de criação nesta quinta. Fundada no dia 29 de julho de 2005, a primeira estrutura do campus data de 20 de dezembro de 1970. Após longo processo, envolvendo a academia e a classe política da cidade, ela foi desmembrada da UFMS em 2006.

O então Centro Pedagógico de Dourados, que inicialmente deveria abrigar o curso de Agronomia, começou a funcionar em fevereiro de 1971, promovendo o primeiro vestibular para os cursos de Letras e Estudos Sócias (Licenciatura Curta). As aulas tiveram início em abril e o Centro contava com 10 professores.

Foi designado Ceud (Centro Universitário de Dourados), ligado à UFMS. A separação ocorreu em 2005, após longo projeto que tramitou na Câmara Federal.

Atualmente, a instituição tem 5,1 mil alunos em 28 cursos de graduação e aproximadamente 700 nos 11 programas de pós-graduação (9 mestrados e 2 doutorados).

Em 10 anos, a expectativa é que a UFGD tenha 10 mil alunos, quando os cursos criados em 2007 e 2009 estiverem com sua capacidade preenchida. No quadro de funcionários, são 810 técnicos-administrativos até o final de 2010 e 500 docentes até 2011.

Brigas e Articulações - A primeira "contrariedade" envolvendo a universidade aconteceu em 1977, no auge da crise entre campo-grandenses e cuiabanos, na divisão de Mato Grosso Uno.

O então governador, José Garcia Neto, resolveu que o curso de Agronomia (embrião da UFGD atual), seria instalado em Dourados, e não em Campo Grande, que foi berço do movimento separatista.

A decisão contrariou o reitor da Universidade Federal, João Pereira da Rosa, que brigou enquanto pode com o governador e acabou sendo voto vencido.

Quase 25 anos depois, nova separação trouxe tumultos à universidade. A partir de 2003, o conselho do campus de Dourados da UFMS aprovou o projeto de criação e implantação da UFGD. Em seguida, a classe política da cidade, movimentou Brasília para conseguir que o projeto fosse aprovado pelo Congresso.

O movimento era encabeçado pelo PT, partido do então prefeito de Dourados, Laerte Tetila, e do governador do Estado, Zeca do PT, além de grande parte dos membros da comunidade acadêmica.

Eles chegaram a ter várias reuniões com o presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. O senador Delcídio do Amaral e o então deputado federal João Grandão (ambos do PT) chegaram a discursar nas Casas de Leis pela agilização da tramitação do projeto de lei que previa a criação da UFGD.

Com tudo aprovado, nova polêmica. A UFG (Universidade Federal de Goiás) foi convidada para ser tutora da nova universidade, fato que causou estranheza e protestos por parte da UFMS.

Na ocasião, o então reitor da UFMS, Manoel Peró, chegou a afirmar que a escolha de uma universidade de fora para coordenar o processo representava um desrespeito.

Ele também não recebeu a reitora da UFG, Milca Severino, em sua primeira visita ao Estado, dizendo que estava em viagem.

A escolha do primeiro reitor também teve várias discórdias, com partidos políticos brigando e fazendo acordos. A decisão sendo tomada por vontade política e não através da comunidade acadêmica.

Disputaram a indicação: Wilson Biasotto, ex-vereador pelo PT; o professor de direito Helder Baruffi, apoiado pelo deputado federal Geraldo Resende (na época do PPS) e o atual reitor, Damião Duque de Farias. O apoio de Zeca e de Tetila teria ajudado na escolha.

O professor Damião Duque de Farias assumiu o cargo em julho de 2006.

Com informações do blog do Valfrido Silva

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