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Cidades

Violência nas escolas é por motivo fútil e "ganha força" no Facebook

Bruno Chaves | 08/10/2013 16:39
Presidente de associação de pais e mestres acredita que rede social propaga desavenças entre alunos (Foto: Cleber Gellio)
Presidente de associação de pais e mestres acredita que rede social propaga desavenças entre alunos (Foto: Cleber Gellio)

Além de permanecerem no ambiente escolar, as manifestações de violência entre jovens em escolas públicas de Mato Grosso do Sul começaram a ser propagadas pelo Facebook e outras redes sociais. Com a popularização da internet, crianças e adolescentes começaram utilizar a rede para revelar suas “rivalidades” e “problemas”, que, na maioria das vezes, nascem de um motivo fútil.

O tema violência nas escolas públicas foi debatido, nesta terça-feira (8), em um seminário realizado na ACP (Sindicato Campo-Grandense dos Profissionais da Educação Pública). De acordo com a presidente da APM (Associação dos Pais e Mestres) da Escola Estadual Joaquim Murtinho, em Campo Grande, Zuleide Lara de Oliveira, as redes sociais, principalmente o Facebook, se tornaram uma forma errônea de exposição das diferenças.

“As manifestações de violência são de vários tipos e todas se enquadram no chamado bullying, que é grave. Isso vem ganhando força no Facebook e nas redes sociais. Recebemos muitas queixas de pais que descobrem, pela internet, que seus filhos se envolvem em brigas por motivos fúteis”, revela.

Para Zuleide, que está a frente da associação há seis anos, entre um mandato e outro, o simples fato de um aluno olhar para o outro com uma expressão menos amigável é motivo de briga. “São diferenças que poderiam ser resolvidas facilmente, mas acabam em violência até física. Eles [alunos] acham que podem resolver tudo sozinhos”, afirma.

Seminário exibiu vídeos de casos reais de brigas entre jovens em escolas (Foto: Cleber Gellio)
Seminário exibiu vídeos de casos reais de brigas entre jovens em escolas (Foto: Cleber Gellio)

As confusões que envolvem meninas costumam ser causadas pela disputa pela preferência dos meninos. Estes, por suas vezes, costumam se envolver em conflitos com os professores, conta a presidente da associação. “É comum as meninas brigarem pelos garotos. E eles, entram em desavença com os professores. É um conflito de ideias mal interpretadas que causam brigas e confusões”.

Uma forma de se diminuir a violência entre alunos em escolas seria a criação de projetos regionais que contemplassem o individual, opina Zuleide. Para ela, cada escola tem sua identidade e deve receber tratamento diferenciado na resolução de problemas, seja de brigas, drogas ou indisciplina.

Debate – O encontro reuniu autoridades da Educação, Política e Polícia. Os presentes conversaram e discutiram a melhor forma de diminuir o grau de violências em salas de aula e colégios.

O tema ganhou força no mês passado, depois que a estudante Luana Gregório, 15 anos, foi esfaqueada em frente ao colégio estadual em que estudava, em Campo Grande, e morreu horas depois na Santa Casa.

Além do episódio com Luana, o seminário relembrou casos como o de um diretor que foi assassinado a tiros, em 2012, em um colégio estadual no distrito Casa Verde, Nova Andradina, e de um professor que foi esfaqueado dentro da escola em que dava aulas, no bairro Universitário, em Campo Grande, no ano passado.

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