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Cidades

Violência sexual "invisível" contra crianças e adolescentes é desafio de MS

Paula Vitorino | 18/05/2011 12:53

Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes debateu assunto

Alunos receberam panfletos com orientações sobre preevenção à violência sexual. (Foto: João Garrigó)
Alunos receberam panfletos com orientações sobre preevenção à violência sexual. (Foto: João Garrigó)

No Dia Nacional de Enfrentamento ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes – 18 de maio – a importância da denúncia e da conscientização da sociedade sobre o crime foi tema de ações em toda a Capital.

Em Mato Grosso do Sul, segundo a coordenadora, do Comcex (Comitê Estadual de Enfrentamento da Violência e de Defesa dos Direitos Sexuais de Crianças e Adolescentes), Tânia Comerlato, o maior problema ainda são os casos que ficam na invisibilidade, principalmente, nas regiões da fronteira e rural.

“Esse é o nosso maior desafio, chegar até esses casos que estão na invisibilidade. Lá na fronteira, na área rural, as pessoas muitas vezes acabam não denunciando por medo. Mas isso precisa mudar e por isso existem as denúncias anônimas”, diz.

Desde janeiro deste ano, 97 denúncias foram feitas por meio do SOS Criança, em Mato Grosso do Sul. Mas Tânia esclarece que este é apenas um dos meios para denúncia e ainda admite ter conhecimento de que este número na realidade é muito maior, mas “muitos casos não chegam até a denúncia”.

De acordo com dados nacionais do Disque 100, o Estado está em 15° lugar de denuncias de violência sexual, em relação a proporção de população. A média diária nacional de denúncias aumentou de 84, em 2010, para 103 nos três primeiros meses de 2011.

Para diminuir os números de violência sexual no Estado e no Brasil, Tânia ressalta que é fundamental uma mudança de comportamento por parte da sociedade.

“Muitos valores acabam que estão se invertendo ou se perdendo. Precisa haver uma mudança de pensamento da sociedade, no sentido de não aceitar mais esse tipo de crime. Nós lutamos para que a violência sexual não caia na aceitação, como se fosse uma coisa que necessariamente faz parte da sociedade atual”, destaca.

De acordo com a coordenadora do Comcex, as ações do Conselho têm o objetivo de conscientizar a população sobre o problema do abuso e exploração sexual, além de incentivar a denúncia por parte das vítimas e de pessoas conhecidas.

Folheto foi distribuído.
Folheto foi distribuído.

Ações - Escolas da rede pública, o Aeroporto, a Rodoviária e a Feira Central de Campo Grande estão recebendo durante esta quarta-feira (18) panfletagem e orientações de representantes de entidades ligadas ao Comcex.

A concentração aconteceu em frente à Escola Estadual Joaquim Murtinho, na região central, com panfletagem para os alunos e motoristas que passaram pelo local.

Já no próximo mês o Sest/Senat, que também integra o Comcex, dará início ao projeto DICA – Direito da Criança e do Adolescente – na Estrada, em todo o Estado. A iniciativa quer oferecer orientações e materiais informativos sobre a prevenção da violência sexual contra crianças e adolescentes para os motoristas.

No próximo dia 31 os assistentes sociais de 39 municípios vão participar de uma qualificação na Capital e depois serão responsáveis por desenvolver as ações em sua região.

Como denunciar - Quem é vítima de violência sexual ou conhece alguém que esteja sofrendo este tipo de crime deve denunciar, por meio dos Conselhos Tutelares ou dos Disque denúncias. Em Campo Grande, as vítimas também procurar a DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).

A denúncia anônima e por telefone pode ser feita pelo 0800 647 1323 do SOS Criança ou por meio do Disque 100.

A DEPCA fica na Rua Arquiteto Vila Nova Artigas s/n° - Conjunto Aerorancho, Setor IV. O telefone para contato é 3385-3456.

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