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De olho na TV

O realista radialista

Reinaldo Rosa | 06/11/2013 09:01

BRANDÃO RIDES AGAIN - Matéria -extensa e esclarecedora- veiculada nos telejornais da TV Morena marca o fim do estaleiro do jornalista Nélio Brandão. Juntamente com Lígia Sabka e equipe, ele avisa que "ainda vem muito pela frente, é só aguardar", antecipa. A investigativa só colhe resultados se contar com fontes confiáveis.

REDE DE INTRIGAS - Devidamente autorizada pela justiça, a Polícia Federal acumula cerca de mil e duzentas horas de escutas telefônicas em seus arquivos. Segundo Nélio, todo o rebu que movimentaram matérias -e consequências- especiais "é só 20% do que ainda vai ao ar". Indigesta alquimia de molho de barba anunciada.

COMUNITÁRIAS - Criadas como órgão de maior aproximação com a comunidade, as chamadas Rádios Comunitárias mais parecem irmãs menores das rádios comerciais. O alcance é limitado, mas a gana financeira é crescente. E constante.

RÁDIO GRIFE - O leitor Alessandro Fernandes questiona sobre a ausência de parcerias com emissoras como Band FM, Jovem Pan e outras do território nacional. Malfadadas experiências mostraram que a programação dirigida aos mais diferentes rincões do país dificilmente consegue bons resultados. Não há espaço para noticiosos regionais e, para ficar sabendo do que acontece em São Paulo, Rio de Janeiro e adjacências basta o Jornal Nacional. Como, também, sugere comentário de Ramão Cabreira.

QUE ELITE? - Tema abordado pelo radialista Arthur Mário na rede social teve maior presença de público que o jogo entre Ubiratan e Operário. Nos campo das discussões o futebol do Estado não sai da série A. Ao menos isso.

FALA POVO - "A coluna "pré-seleciona" as críticas que recebe. Fato não? Então que tal começar com a disposição dessa coluna publicar as próprias observações contrárias escritas na mesma? Faça o que falo, mas não faça o que mando? Essa premissa ou colocação já foi faz tempo. Vamos colocar em prática a sugestão acima? Grato". Ricardo Piazza

R DO R - Caro Ricardo Piazza. Invariavelmente, este subtítulo (R DO R) refere-se a esclarecimentos de pontos de vista contrários manifestados por leitoras e leitores. Sou espectador privilegiado que emite opiniões que, nem sempre -ou necessariamente- têm de obter aval de quem 'visita' esta página. Ela é feita por todos nós. Um abraço e lembranças ao Wilson.

FALA POVO II - "Há uma penca de profissionais cuja a atuação se pauta pelo recebimento de verba públicas para o desempenho de funções. Não critico o lado tomado por profissionais numa disputa politica, por exemplo. O que é condenável é a troca do dinheiro que pertence ao povo, para definir opinião. A venda do espaço publicitário é legal. Até para o capeta. Correto. O lado escolhido pelos profissionais ou "proficionau" também não faço objeções. É questão de consciência de cada um. Mas vender sua opinião por verba pública, num país sério, deveria ser explicitado em ação penal, com possibilidade concreta de prisão sem direito a fiança, pois não é só a verba que é roubada. Mas a opinião e a informação pública". Ely Leal

FALA POVO III - "Ao comentário do Ely Leal quanto ao pagamento de "profissionais" seria possível acrescentar, se, além de espaço em rádio e TV, a verba pública também não poderia estar pagando locutores, motoristas, cinegrafistas, repórteres, recepcionistas, produtores, zeladores e congêneres para preencher esses espaços?". Avelino Neto

Homenagem da coluna aos radialistas do Estado pelo Dia do Radialista.

Transcrição de texto de Hélio Ribeiro, o poder da comunicação.

Eu sou o rádio.

Meu nome é rádio.

Minha mãe é dona ciência. Meu pai é Marconi. Sou descendente longevo do telégrafo. Sou pai da televisão. Fisicamente sou um ser eletrônico. Meu cérebro foi concebido e formado por válvulas. Minhas artérias são fios por onde correm o sangue da palavra. Meus pulmões são tão fortes que consigo falar com pessoas dos mais distantes pontos deste pequeno planeta chamado terra. Minha vitamina tem o nome de quilowatts. Quanto mais quilowatts me dão, mais forte fico e mais longe eu chego. Hoje, graças às baterias que me alimentam eu posso levar informações os contrafortes das cordilheiras, às barrancas dos rios; ao interior de veículos que trafegam no centro nervoso das grandes cidades, à beira plácida dos lagos, às cabeceiras dos doentes nos hospitais, aos operários nas fábricas; aos executivos nos escritórios, aos idosos que vivem só e às crianças que só vivem. Eu falo aos religiosos aos ateus, freiras, prostitutas, aos atletas, torcedores, presos e carcereiros, banqueiros e devedores. Falo a estudantes e professores. Seja você quem for, eu chego lá onde quer que você esteja. Ao meu espírito resolveram chamar ondas; eu caminho invisível pelo espaço para oferecer ao povo a palavra; palavra nossa de cada dia. Mas estou sempre sujeito a cair em tentação e às vezes não consigo me livrar de todo o mau. Onde nasci, meu pai me disse que eu tinha uma missão; ajudar a fazer um mundo melhor. Entrelaçando os povos de todas as partes deste planeta.

Meu nome é rádio; eu não envelheço; me atualizo. Materialmente sou aperfeiçoado a cada dia que passa; as grandes válvulas de meu cérebro foram substituídas por minúsculos componentes eletrônicos. Os satélites de comunicação, gigantescos engenhos girando na órbita deste planeta permitem, hoje, que eu seja mais universal, mais dinâmico e menos complicado como o meu pai Marconi queria que eu fosse.

Minha forma técnica tem sido aperfeiçoada a milhares de anos luz. Mas eu acho que, no todo, meu conteúdo precisa ser burilado, melhorado e aperfeiçoado. Tenho noção mas eu já perdi a conta do número de pessoas que eu ajudei ensinando o caminho, devolvendo a esperança, anulando as tristezas, conseguindo remédio, sangue, achando documentos perdidos, divulgando nascimentos e passamentos. Mas não sou tão velho assim como possa estar parecendo. Na verdade, um dos meus principais interesses é fazer com que as pessoas vivam mais alegres. Por isso passo grande parte de meu tempo ensinando as pessoas a cantar e dançar. Minha grande vontade é de ser amigo; sempre. O amigo que todos gostariam ter. Útil nas horas certas, alegre nas brincadeiras e responsável. Sempre. No esporte, estou sempre em cima do lance; nos dois lados da bolinha de tênis ou de voleibol. E lá vem bola, na área do futebol; jogou na cesta, tô lá; nadou, pulou, saltou, girou, gritou, gol.

Pode ser no pequeno clube de periferia ou nos grandes estádios olímpicos. Tenho noção da minha força política. Com uma notícia que dou eu posso ajudar a eleger o diretor de um clube ou derrubar um presidente. Entendo minha grande responsabilidade de agente acelerador das modificações sociais. E morro de medo que me transformem um mentiroso alienador. Sem querer ser vaidoso eu posso até afirmar que se eu não tivesse nascido o mundo não seria o mesmo. _

Meu nome é rádio. Eu não quero ser mal entendido; eu sou apenas um instrumento que, para fazer tudo isso que eu disse que faço eu preciso de uma equipe de seres humanos. Humanos. Que não tenham medo do trabalho, que entendam de alegrias, emoções, fraternidade, que saibam sentir o pulso do campo e o coração das grandes cidades e que tenham a noção básica de que tudo aquilo que fazemos é para conquistar ouvidos e melhorar pessoas. O que jamais conseguiremos se nos esquecermos de que a minha existência se deve ao número daqueles que me ouvem; o rádio vale pelo volume e qualidade de seus ouvintes. Poderia fazer muito mais. Mas às vezes falta dinheiro para fazer tudo que quero.

Eu sei que posso realizar o sonho de meu pai Marconi e mudar o mundo para melhor. Outro dia, fiquei muito triste quando ouvi um tal de Hélio Ribeiro dizer que eu, o rádio, sou a maior oportunidade perdida de melhorar o mundo. Eu sou apenas um instrumento. Preciso de gente que me entenda, que me respeite e me ajude a cumprir a minha missão. Ah! Com muita alegria. Se possível. Parte inferior do formulário.

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